Tecnologia dos motores Audi em Le Mans inovam indústria automobilística

sábado, 22 de junho de 2013 às 9:48

Com o R18 e-tron quattro, a Audi aposta na tecnologia híbrida nesta edição 2013

Começam neste sábado (22/06) as 24 Horas de Le Mans, a corrida que é um dos maiores espetáculos do esporte no planeta. Para a Audi, será a 15ª participação e a busca pela 12ª vitória, em uma história marcada pelo desenvolvimento de vários componentes na pista e que, no final, deram significante contribuição para a indústria automobilística. São 15 anos de desenvolvimento maciço na área de motores, em que os engenheiros têm trabalhado incansavelmente para compensar as restrições impostas pelo regulamento ao logo das últimas disputas.

A história dos motores Audi nas 24 Horas de Le Mans pode ser dividida em duas fases: até 2005, a gasolina era o combustível dos propulsores da marca na categoria LMP; e de 2006 em diante as unidades têm sido movidas a diesel. Para a fabricante, isso possibilitou diversas inovações, segundo o chefe de desenvolvimento de motores da Audi Sport, Ulrich Baretzky.

O projeto Le Mans da Audi começou com um motor a gasolina de 3,6 litros de capacidade que entregava 544 hp de potência, e no ano seguinte já eram 610 hp. O grande salto conquistado em 2001 foi a tecnologia TFSI, de injeção direta de gasolina sendo usada pela primeira vez. Isto possibilitou significante redução do consumo de combustível, enquanto a dirigibilidade e resposta do motor melhoraram substancialmente. Nos pit stops (no regulamento de Le Mans e do Campeonato Mundial de Endurance, os trabalhos das paradas de box têm de ser feitas com o carro desligado) o tempo gasto para dar a partida no carro foi encurtado para 1,3 segundo por causa da injeção direta de combustível, que era queimado de forma mais direta. A equipe Audi transferiu a tecnologia que foi testada nas corridas de longa duração para os carros de produção, quando os primeiros modelos com motores FSI e TFSI foram lançados e proporcionavam uma economia de combustível de até 15%.

Apenas cinco anos depois, a Audi comemorou mais uma conquista inédita com o motor TDI em Le Mans. Depois que a Audi inventou esta tecnologia, ela conquistou a primeira vitória de um carro da categoria LMP movido a diesel na história das 24 Horas de Le Mans. A unidade, de 5,5 litros de capacidade disposta em uma bancada com 12 cilindros em V, equipou os Audi R10 TDI que desenvolviam mais de 650 hp de potência. Particularmente impressionante era o seu torque, acima dos 1.100 Nm. Este foi o primeiro motor a diesel da Audi feito com bloco de alumínio.

O desenvolvimento dos motores a diesel na Audi foi extremamente beneficiado pelo comprometimento da marca com as 24 Horas de Le Mans. O sistema de injeção de duas bombas de alta pressão e injetores foi refinado pela fabricante para obter a máxima performance especifica e melhor eficiência nas corridas. As pressões da injeção do sistema hidráulico no cilindro continuam aumentando até hoje. Desta maneira, combustão e potência puderam ser otimizados, o que foi de grande benefício para o desenvolvimento de produção. Hoje, os motores de corrida alcançam 2.800 bar de pressão; os carros de rua da Audi, 2.000 bar.

A turbina de geometria variável (Variable Turbine Geometry – VTG), que há bastante tempo é usada em volume de produção, foi introduzida nas corridas pela Audi no motor V10 TDI em 2009, depois de vários anos de desenvolvimento. O maior desafio eram as altas temperaturas – acima de 1.000 graus. A tecnologia VTG claramente melhorou o comportamento do motor e suas respostas à aceleração. Em 2010 com o R15 TDI a Audi não só comemorou a vitória em Le Mans, mas também completou 397 voltas e 5.410 quilômetros nas 24 horas de prova, quebrando o recorde absoluto de distância percorrida que persistia havia 39 anos.

A mudança mais incisiva, bem como o maior sucesso técnico dos engenheiros da Audi Motorsport, foi conquistado com a mudança do regulamento para 2011. Para motores a diesel, a regra forçou os engenheiros a reduzir a capacidade dos propulsores, permitindo valores entre 1,8 e 3,7 litros. A Audi desenvolveu um motor V6 TDI cheio de inovações. A lateral do escapamento fica localizada dentro da bancada em V, com abertura de 120 graus, o que foi apelidado pelos engenheiros de hot side inside (interior quente). Uma turbina de fluxo duplo é alimentada pelos gases provenientes da bancada e o compressor também tem o design de fluxo duplo.

Os engenheiros responderam a mais limitações para continuar com o progresso. Por exemplo, o diâmetro do restritor de ar do motor a diesel desde 2006 foi reduzido em 34%. A pressão do turbo caiu 4,7% e a capacidade cúbica quase 33%. Isso fez a potência cair de 650 para 490 hp hoje – 24% no total. Considerando isto, os aumentos obtidos com relação a resultados específicos são particularmente notáveis. Por exemplo, a potência do motor por litro de capacidade subiu de 118 hp em 2006 para 146 hp em 2011 – um ganho de aproximadamente 24%. A potência da área do pistão, que é a medida para a potência despejada por cada cilindro individualmente, cresceu de 54 hp para incríveis 90 hp no mesmo período – 65% de aumento. Ainda mais impressionante é o desenvolvimento e a redução do consumo de combustível. Em sua história de 13 participações em Le Mans, a Audi diminuiu o consumo por volta em mais de 20%, enquanto a potência por litro de capacidade aumentou consideravelmente.

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