Stock Car leva “tempero baiano” para o interior paulista

sexta-feira, 3 de abril de 2015 às 16:12

Júlio Campos

Pode parecer uma contradição numa das capitais nacionais do agronegócio, onde os acordes da música sertaneja nem sempre agradam os ouvidos pouco habituados ao som dos berrantes, mas foi com uma receita tipicamente baiana que os carros da Prati-Donaduzzi entraram na pista de Ribeirão Preto nesta sexta-feira para o breve shakedown que abriu a programação da segunda etapa da Stock Car. “Usamos o circuito de Salvador como referência de acerto porque é o que mais se aproxima a este aqui em termos de regulagem”, explicou o diretor-técnico Juan Carlos “Mico” Kopez.

Ribeirão Preto está de volta ao calendário depois da ausência do ano passado e novamente utilizando o traçado montado na área industrial vizinha ao km 321 da Rodovia Anhanguera. O desenho está longe de satisfazer os pilotos, por suas características acentuadamente travadas. “Aqui só tem curvas de primeira”, justifica o paranaense Júlio Campos, que largou em 14º e terminou em 8º na edição de 2013. Pizzonia não estava na categoria na oportunidade, mas precisou de poucas voltas para avaliação de todos os sistemas do carro para concordar com a opinião do companheiro de equipe. “Não é uma pista prazerosa”, sintetizou.

“Mico” explicou que os carros foram bastante modificados na comparação com a corrida de duplas que abriu a temporada no dia 22 de março. “Em circuitos de rua, como este, a altura dos carros em relação ao solo tem de ser aumentada por causa das irregularidades do asfalto. O acerto mecânico aqui é muito mais importante que o aerodinâmico e o acerto é radicalmente modificado se levarmos em conta o da primeira etapa em Goiânia”, continuou.

Curta (mede apenas 2.298 metros) e sinuosa, a pista de Ribeirão Preto é um pesadelo térmico para as equipes, por causa das altas temperaturas atingidas pelos freios e pelo motor. “Nem sei qual dele é o pior. Salvador tem retas maiores e curvas rápidas, enquanto aqui o piloto passa o tempo todo acelerando e freando. Os freios não têm tempo de esfriar. Por isso, a nossa grande preocupação é com os sistemas de refrigeração que impeçam que esses componentes sofram com o superaquecimento”, lembrou Mico.

As atividades de pista serão retomadas a partir das 8 horas deste sábado, com a realização da primeira das duas sessões de treinos livres de 40 minutos cada. A definição da ordem de largada dos 31 carros acontecerá às 14 horas, pelo sistema de tomadas individuais. Serão duas voltas lançadas para cada piloto, com saída pela ordem inversa da classificação do campeonato, e a melhor delas é que será usada para a formação do grid.

EB - www.autoracing.com.br

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