Stock Car inicia adeus a Jacarepaguá sob o signo da má sorte

A data não poderia ser mais sugestiva e agourenta – sexta-feira, 13. É sob o mundialmente conhecido símbolo da má sorte que a Stock Car começa a se despedir de Jacarepaguá, um dos autódromos mais tradicionais do Brasil e que vinha sangrando em agonia desde que o complexo dos Jogos Pan-Americanos de 2007 mutilou seu traçado seletivo. Requisitado pelo Ministério dos Esportes para abrigar a arena multiesportiva das Olimpíadas de 2016, cujas obras devem começar já no próximo mês, o circuito não será mais utilizado. De acordo com o compromisso assumido pelas autoridades federais e municipais com a CBA, um novo autódromo será erguido no bairro de Deodoro, uma enorme interrogação até para os pilotos cariocas da categoria.

Os 32 carros entrarão na pista a partir das 9h50 para duas sessões de treinos livres por grupo de 16 carros e limite de 18 voltas. Equipes e pilotos começarão os preparativos para escrever seu nome na história como vencedores da derradeira prova da série mais importante que passou pelo Rio de Janeiro na última década, depois das visitas da Fórmula 1 nos 70 e 80, da Fórmula Indy entre 1996 e 2000 e o Mundial de Motovelocidade de 1995 a 2004. Nos anos recentes, o Autódromo Internacional Nelson Piquet sediou em 2008 a primeira edição da Corrida do Milhão, vencida pelo paraibano Valdeno Brito, então companheiro de Marcos Gomes e Ricardo Maurício na Equipe Medley.

Dos pilotos em atividade na categoria, Gomes tem razões de sobra para lamentar o adeus a uma pista onde conquistou resultados expressivos como a vitória na etapa da Fórmula Renault em 2004 e na qual estreou na divisão principal da Stock Car em 2006. O terceiro lugar na Corrida do Milhão e o 2º em 2010 são outras lembranças positivas do paulista de Ribeirão Preto, que chega ao Rio de Janeiro pela última vez com o 7º lugar na classificação geral. “Acho que todos sentirão falta de Jacarepaguá. Mesmo do jeito que está, gostamos de correr aqui”, lamenta Gomes, um dos atuais pilotos da Medley juntamente com o campineiro Xandinho Negrão.

Nesta quinta-feira, enquanto a maioria dos pilotos se concentrava nas atividades profissionais da sexta etapa do campeonato, marcando o encerramento da metade do calendário e a pausa de 40 dias por causa dos Jogos Olímpicos de Londres, as equipes trabalharam na montagem dos boxes e na finalização dos carros, além de outros procedimentos de rotina como a pesagem. O clima de fim de festa, por enquanto, parece que ainda não está afetando os personagens da categoria.

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