Stock Car decide títulos em temporada de recordes

sexta-feira, 28 de novembro de 2014 às 14:34

Antonio Pizzonia

A temporada da Stock Car chega à final neste domingo no Autódromo Internacional de Curitiba-Pinhais em um ano marcado pela quebra de várias marcas na principal categoria do automobilismo brasileiro. Oito pilotos reúnem chances matemáticas de conquistar o título, 14 subiram ao topo do pódio e sete ganharam uma corrida pela primeira vez, entre eles a dupla da Prati-Mico’s Racing formada por Júlio Campos e Antonio Pizzonia. Apesar do favoritismo de Rubens Barrichello (Full Time), que lidera a classificação e depende apenas de um quarto lugar, a pontuação em dobro da última etapa deverá manter o suspense até a bandeirada quadriculada.

Muito do equilíbrio inédito na época dos pontos corridos – após alguns anos no formato dos playoffs com os 10 melhores da fase classificatória – foi gerado pelo sistema de rodadas duplas. A decisão de buscar a vitória ou priorizar a soma do maior número de pontos possível embaralhou o campeonato e criou novos protagonistas, como as próprias equipes Prati-Mico’s Racing e Full Time, que buscam um título inédito e têm tudo para destronar times de peso como A. Mattheis e RC, que vinham se revezando na ponta da Stock Car desde 2004.

Mas não foi apenas a mudança de regras que trouxe novos nomes ao domínio do público. O paranaense Júlio Campos, quarto colocado, acredita que o processo de renovação do grid propiciou o amadurecimento de vários deles. “Há um pessoal que chegou há poucos anos e hoje já está muito mais adaptado. A consequência natural é que os resultados também apareçam”, argumenta. Campos ainda lamenta a quebra no Velopark, quando liderava a prova com folga e abandonou por causa da explosão de um disco de freio. “Apenas com essa corrida eu estaria na frente ou muito próximo do Rubinho, sem depender nem da segunda bateria”, lembra.

Campos sabe que terá uma tarefa difícil pela frente num dia mais do que especial – nascido em Curitiba e morador da cidade, receberá o apoio da família, amigos e torcedores paranaenses. Diferentemente das corridas anteriores, o pit stop obrigatório para troca de pneus foi abolido e o ritmo deverá ser alucinante do início ao fim. Para ser campeão, no cálculo mais simples, precisa ganhar, torcer para que Barrichello chegue no máximo em 13º e o vice-líder Átila Abreu não vá além de um 5º. “Sei que não será fácil, mas temos primeiro de fazer a nossa parte. Fizemos um levantamento da primeira bateria dos finalistas e todos tiveram algum problema. Nossa equipe vem fazendo um ano fantástico, não dá para reclamar de nada, e nosso carro vem andando bem em todas as pistas”, observa.

Se Campos dependerá de uma combinação de resultados mais do que favorável, o parceiro Antonio Pizzonia, 5º colocado, precisa de algo próximo de um milagre. Além de ganhar, Barrichello tem de terminar de 17º para trás, Átila a partir do 10º, Thiago Camilo ficar no máximo em 10º e o próprio companheiro Campos cruzar a linha de chegada não mais do que em 3º. Com duas vitórias no bolso, o amazonense reconhece que aposentou a calculadora. “´São tantas as variáveis que o melhor é deixar as contas de lado e correr apenas pela vitória. Depois a gente vê o que acontece.”

Neste sábado, depois de mais uma sessão de treinos livres, os carros voltam à pista para as duas tomadas de tempo que definirão a ordem de largada. O qualifying ganhou importância capital por diversos motivos: não haverá necessidade de pit stop, a prova é tudo ou nada para os candidatos ao título e o circuito tem a primeira curva mais problemática do calendário, uma chicane ao final da longa reta dos boxes em que os acidentes se tornaram rotineiros.

A classificação dos oito postulantes ao título é esta:

1 – Rubens Barrichello, 198
2 – Átila Abreu, 183,5
3 – Thiago Camilo, 174,5
4 – Júlio Campos, 167,5
5 – Antonio Pizzonia, 158,5
6 – Sérgio Jimenez, 157
7 – Cacá Bueno, 156
8 – Allam Khodair, 153

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