Red Bull defende estratégia de Verstappen em Interlagos

Max Verstappen

Quando Lando Norris fez sua segunda parada no Grande Prêmio de São Paulo no fim da volta 50, Max Verstappen assumiu a liderança.

O holandês havia largado dos boxes, e naquele momento, parecia pronto para um grande golpe estratégico. No entanto, a Red Bull começou a duvidar da durabilidade dos pneus médios e por isso optou por uma nova parada.

Red Bull hesita e decide agir

Verstappen liderava com oito segundos de vantagem quando Norris retornou à pista. Contudo, essa diferença começou a cair rapidamente. Duas voltas depois, o intervalo já era de sete segundos.

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Com 16 voltas acumuladas nos pneus médios, o desgaste se tornava evidente. Assim, na volta 54, a equipe chamou o piloto para os boxes, justamente quando a diferença havia caído para 6.5s. A troca de pneus o jogou para a quarta posição, mas a estratégia foi calculada.

Com os compostos macios, Verstappen reagiu de imediato. Ele rapidamente se aproximou de George Russell, que sofria com superaquecimento nos freios, e o ultrapassou de forma contundente. Assim, o holandês garantiu um lugar no pódio.

Mesmo com um ritmo agressivo nas voltas finais, Andrea Kimi Antonelli conseguiu resistir à pressão. O jovem italiano manteve a segunda posição e impediu que Verstappen subisse ainda mais.

Red Bull defende a escolha estratégica

Depois da corrida, muitos se perguntaram se Verstappen poderia ter segurado a posição caso tivesse permanecido na pista. Laurent Mekies, chefe da Red Bull, respondeu sem hesitar: não havia chance.

“Não achamos que seria possível vencer”, explicou Mekies. “Talvez nunca saibamos onde terminaríamos, mas a degradação era muito alta. Foi uma decisão que precisávamos tomar”.

Os dados de volta reforçam a análise. Enquanto Norris registrava tempos na casa de 1m13s baixo, Verstappen já começava a cair para 1m14s alto. Assim, era inevitável que o piloto da McLaren se aproximasse.

“A decisão foi tomada no momento certo”, continuou Mekies. “Isso nos deu uma boa chance de lutar pelo pódio e conseguimos. Talvez chegaríamos em segundo com uma volta a mais, mas manter o primeiro lugar seria impossível diante do desgaste”.

Antonelli confirma evolução e Norris mostra autoridade

Com a parada de Verstappen, Antonelli herdou a segunda posição e demonstrou maturidade impressionante.

O italiano estava 12 segundos atrás do holandês no momento da parada e mesmo assim conseguiu andar em ritmo semelhante ao dos líderes. Em determinado momento, chegou até a ser mais rápido que Norris, mesmo usando pneus mais gastos.

A projeção dos tempos mostra que Antonelli ganhava 0.8s por volta sobre Verstappen antes da parada. Portanto, se o holandês tivesse permanecido na pista, o piloto da Mercedes provavelmente teria se aproximado nas voltas finais.

McLaren elogia a decisão da Red Bull

Andrea Stella, chefe da McLaren, também avaliou a decisão rival e concordou que a aposta em pneus novos era o caminho mais seguro.

“Para ser sincero, eu esperava que Verstappen parasse. Isso facilitaria um pouco nossa vida”, brincou Stella. “Mas falando sério, o nível de degradação estava altíssimo. Em certo momento, os pneus simplesmente deixavam de funcionar”.

De acordo com ele, a Red Bull fez a leitura correta da situação.

“Eles tinham pneus novos – médios e depois macios – e aproveitaram bem isso. A performance de Verstappen foi excelente. Sem o problema na classificação, ele teria lutado pela vitória”.