Os motores das equipes de fábrica e das clientes na F1

terça-feira, 20 de janeiro de 2015 às 17:16
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Motor Mercedes V6 turbo

Por: Adauto Silva

Estou percebendo que há uma grande dúvida entre os fãs sobre como está funcionando o fornecimento das unidades de potência na F1. Se os motores da equipe de fábrica e dos clientes são iguais, como funcionam as atualizações e etc.

Os motores foram iguais em 2014. Todas as fabricantes tiveram uma data para homologar seus motores. Depois disso elas não puderam mais mexer neles, portanto sua equipe de fábrica e seus clientes receberam o mesmo motor com as mesmas especificações.

É lógico que as equipes de fábrica tem a vantagem de integrar suas unidades de potência muito melhor a seus chassis, enquanto as clientes tem que adaptar a unidade de potência que recebem ao seu próprio chassi. Isto pode proporcionar uma pequena vantagem aerodinâmica à equipe de fábrica, por exemplo, mas nada muito significativo.

Outro fator importante é o combustível e lubrificantes que as equipes de fábrica usam, já que sua unidade de potência passou por dezenas de testes usando o combustível e os lubrificantes de sua fornecedora para maximizar totalmente a performance. Por isso é importante que as equipes clientes utilizem o mesmo fornecedor, senão muito provavelmente elas terão perda de performance.

A McLaren, por exemplo, por ter contrato de longa data com a Mobil, não usou o mesmo fornecedor da Mercedes, que foi a Petronas. E como vimos numa matéria publicada pelo Autoracing, a equipe de Woking teve sim perda de performance por causa disso. A Williams e a Force India usaram o mesmo fornecedor da Mercedes e agora, parece que a Lotus também usará o mesmo, apesar de ter outras duas patrocinadoras de marcas de combustível diferentes!

Como se vê, tudo se ajusta na F1. Basta ter os recursos…

Em 2014, que foi o primeiro ano com as unidades de potência novas, não houve atualizações de performance, somente de confiabilidade. Se e quando uma fabricante encontrasse um problema de confiabilidade em seu motor, ela poderia pedir autorização da FIA para reparar o problema modificando uma parte ou partes de seu motor. A FIA avaliava o problema e dava ou não a autorização. Quando a FIA tem certeza que o problema é realmente de confiabilidade, ela autoriza sem problemas.

Uma vez autorizadas, essas atualizações iam para todos os motores das equipes que os usavam, tanto para a equipe de fábrica quanto para as clientes. Portanto todas as equipes de uma determinada fabricante continuavam com a mesma especificação da equipe de fábrica.

Uma vez determinado que todas as equipes tem sempre a mesma especificação da equipe de fábrica, restam alguns detalhes importantes.

Vários ajustes finos, como mapeamento do motor, consumo e etc. podem ser feitos por cada equipe. É por isso que nós vimos a Williams gastando menos combustível que os outros carros com motor Mercedes. A relação de marcha também influi na tração, torque e consumo e cada equipe usa a sua própria relação, que pode ser mudada só 1 vez por ano. A Williams inclusive fabrica seu próprio câmbio, quando poderia comprar o conjunto câmbio-unidade de potência da Mercedes.

Mas como será agora em 2015? Uma vez que a FIA liberou o desenvolvimento dos 32 tokens durante a temporada, vai ficar mais difícil saber se as equipes clientes estarão sempre com a última especificação do motor da equipe de fábrica.

Teoricamente as equipes clientes tem a cláusula de igualdade no contrato, mas se a FIA quiser ter certeza disso, é melhor que ela use o mesmo procedimento das atualizações de confiabilidade nas atualizações de performance.

Isso ainda não está claro. Terão eles esse bom senso? Vamos ver…

Adauto Silva

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