NASCAR – Paludo comemora 4º lugar em Daytona e vice-liderança da Truck Series

domingo, 20 de fevereiro de 2011 às 17:18

117770_160615_paludorecebidocomfestadaytonaDestaque na abertura da Nascar neste final de semana em Daytona, o piloto Miguel Paludo, da equipe Stemco-Duroline, já se prepara para disputar a segunda etapa da Truck Series na próxima sexta-feira à noite. O gaúcho chega em Phoenix tendo em sua bagagem o melhor resultado de um brasileiro na Nascar e também com a liderança no campeonato de estreantes e a segunda colocação na classificação geral da Truck Series.

“É o melhor momento de minha carreira, fico muito feliz de ver o esforço de começar uma fase nova aqui nos Estados Unidos tendo frutos tão rapidamente”, diz Paludo, que, após se sagrar bicampeão da Porsche Cup no Brasil (2008-2009), mudou-se para a Nascar no ano passado, disputando a temporada da K&N Pro Series East e fazendo quatro provas na Truck Series.

Agora, logo em sua estreia em Daytona, a principal prova do ano da Nascar, Paludo conseguiu o melhor resultado de um brasileiro em uma divisão nacional. “É muito gratificante poder ostentar este resultado, mas quero ampliar esta participação brasileira, conseguindo resultados ainda melhores também competindo nas outras duas principais divisões”, diz Paludo. Na Truck Series, o Brasil também conta com a participação de Nelsinho Piquet. Na Sprint Cup, divisão principal da Nascar, o Brasil só teve representação em algumas provas nos anos 2000, com Christian Fittipaldi.

Ao cruzar a linha de chegada na quarta colocação com sua picape Toyota Tundra, o piloto brasileiro da equipe Stemco-Duroline também assumiu a liderança do campeonato de estreantes e já ocupa a segunda colocação na geral, já que o vencedor, Michael Waltrip, e o segundo, Elliott Sadler, são “inelegíveis” no jargão da Nascar para lutar pelo título da Truck Series, pois competem em outras divisões ou não farão a temporada completa.

“Antes da corrida de Daytona, disse que meu objetivo era colecionar mais top-10 e lutar por um top-5. O quarto lugar rendeu esta grande meta e me colocou em ótima posição no campeonato, liderando entre os estreantes e tendo a vice-liderança na geral. Sei que a temporada é longa, com 25 provas, mas este momento será inesquecível em minha carreira”, diz Paludo. Neste ano, a pontuação da Nascar ficou mais simples (e mais parecida com o padrão da F-1): Rogers lidera com 42 pontos e Paludo tem 40.

A posição do brasileiro pode ser ainda melhor, já que o líder, Clay Rogers (o terceiro colocado em Daytona), não tinha planos de fazer a temporada completa da Truck Series. Isso porque, como a prova no circuito da Flórida é uma das mais especiais do ano, muitos se inscrevem a fim de ganhar bastante exposição e prêmios – quase R$ 1 milhão foram distribuídos em prêmio para os 36 carros que largaram (outros dez ficaram de fora do grid).

Para a segunda etapa, Paludo também acredita que já terá em sua bagagem valiosa experiência acumulada ao longo das 250 milhas da corrida de Daytona. “Na relagarda final, estava em terceiro e é claro que, como todo piloto, senti que poderia até ser o dia de minha primeira vitória na Nascar. Sabia que seria difícil, porque à minha frente estão pilotos dos mais experientes da categoria, que correm inclusive na principal”, diz Paludo. De fato, Waltrip, o vencedor, ganhou a corrida em Daytona exatamente dez anos após ser o primeiro colocado na categoria principal, na prova marcada pelo acidente fatal da lenda da Nascar, Dale Earnhardt.

“Os dois primeiros acabaram usando desta experiência de se empurrar, que na Truck Series é bem complicado em Daytona, porque os parachoques da caminhonete não se alinham como na Cup Series, sem encaixe perfeito. Eram duas voltas para bandeirada e na primeira eu até acompanhei, mas depois fiquei para trás: não fui empurrado por quem vinha atrás e ainda peguei o ar sujo, comprometido pelo spoiler traseiro que se soltou da dupla que vinha à minha frente. Perdi o terceiro lugar, mas o importante foi celebrar este grande resultado”, diz Paludo.

“Sempre me falaram que Daytona é imprevisível até a última volta e vivi isso na pele. Quando escapei do acidente no meio da prova (Travis Kvapil teve um pneu furado vindo a mais de 300 km/h imediatamente à frente do gaúcho), eu senti que aquele era o meu dia. Pensei também nos brasileiros que estavam assistindo à corrida”, diz Paludo.

“Não foi apenas uma sensação de alívio por escapar do acidente, mas realmente um feeling de que seria uma grande corrida para mim naquela noite. Tive uma picape excelente, se comportou da mesma forma a corrida toda. Meu companheiro de equipe (Timothy Peters) me deu bastante conselho e o Todd Bodine (atual campeão) me disse: até a volta 50 (de 100) não faça nada (risos). Esperei bastante, tive paciência e fui recompensado”, completa o gaúcho.

FH – www.autoracing.com.br

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