Mercedes tem base para apelar

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021 às 15:46

Polêmica do safety-car pode se arrastar

A explicação da FIA sobre o porquê o principal protesto da Mercedes foi rejeitado após a polêmica sobre a manipulação do safety- car nas votas finais do GP de Abu Dhabi de Fórmula 1, passou longe de ser conclusiva.

Max Verstappen ficou com a vitória e com ela ganhou campeonato mundial depois de capitalizar em cima de um safety-car no final da corrida e uma relargada com uma volta para superar Lewis Hamilton com uma vantagem de pneu.

No entanto, a Mercedes alegou que houve duas violações dos regulamentos esportivos na forma como o safety car foi tratado.

Especificamente, a Mercedes mirou na parte do regulamento que afirma que “todos os carros que foram ultrapassados pelo líder serão obrigados a ultrapassar os carros na da frente e o safety car” e “assim que o último carro que tinha tomado volta passar pelo líder, o safety car voltará aos boxes no final da volta seguinte.”

O diretor da corrida Michael Masi permitiu que apenas os carros entre Verstappen e Hamilton ultrapassassem o safety-car – não todos os carros – então se engajou no processo descrito no Artigo 48.13 dos regulamentos e sinalizou para o safety car entrar imediatamente nos boxes, ao invés de esperar o final da volta seguinte.

Se os regulamentos esportivos tivessem sido obedecidos, a Mercedes afirma que Hamilton teria vencido a corrida e, portanto, o campeonato mundial.

Ao explicar por que o protesto foi rejeitado, os comissários incluíram esta evidência de Masi: “O objetivo do Artigo 48.12 era remover os carros retardatários que ‘interfeririam’ na corrida entre os líderes.

“O diretor da corrida também afirmou que há muito tempo foi acordado por todas as equipes que, sempre que possível, era altamente desejável que a corrida terminasse em uma condição de ‘bandeira verde’(ou seja, não sob um safety-car).”

Isso estabelece que o objetivo final era ter a bandeira verde na volta final, com Hamilton e Verstappen capazes de correr sem serem atrapalhados retardatários.

A única maneira de conseguir isso era acelerar o processo de trazer o safety-car para os boxes.

Os comissários também destacaram outro artigo (Artigo 15.3) que permite ao diretor da prova “controlar o uso do safety-car, que em nossa determinação inclui seu acionamento e retirada.”

Incorporar isso ao veredito implica que Masi tem a jurisdição para anular qualquer regulamento específico.

Como sem explicar completamente o porquê, os comissários sugeriram que estava tudo certo. O Artigo 48.12 não foi “aplicado totalmente em relação ao safety-car retornando aos boxes no final da volta seguinte” porque o Artigo 48.13 “anula isso”.

Mas não há nenhum mecanismo óbvio nas regras para isso, apenas as instruções específicas que não foram seguidas com precisão.

O argumento dos comissários é que, assim que a instrução “safety-car nesta volta” foi exibida, eles não tiveram escolha a não ser concluir esse processo, embora o Artigo 48.12 não tenha sido totalmente cumprido.

Isso é consistente com outras evidências de Masi, que disse que “o artigo 48.13 foi o que se aplicou neste caso.”

Significa essencialmente cumprir os requisitos do artigo anterior. E, em termos simples, o motivo pelo qual eles não seguiram uma regra é que aplicaram outra, mesmo que essa regra seja parcialmente controlada pela regra que eles não aplicaram…

Então, presumivelmente, o argumento é que o diretor da corrida exerceu sua autoridade sobre o controle do safety-car para decidir unilateralmente que uma regra não precisa ser seguida, porque apressar a aplicação do processo descrito em outra regra era a única maneira de alcançar o objetivo final amplamente desejado de se ter uma relargada antes da volta final.

A pergunta para a qual Mercedes ainda não tem uma resposta é se essa é exatamente a lógica seguida e também, se for, por que isso é aceitável?

Os comissários simplesmente declararam que o Artigo 48.13 “anula” o 48.12, mas não há explicação por que, ou referência ao mecanismo para isso. É apenas uma declaração.

Dado o que está em jogo, não é nenhuma surpresa que a Mercedes não tenha considerado essa explicação adequada e tenha divulgado que vai de apelar do veredito.

AS - www.autoracing.com.br

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