Jacarepaguá é a pista das surpresas da Stock Car

Enquanto alguns pilotos nutrem uma espécie de caso de amor com determinadas pistas – casos de Marcos Gomes com Interlagos, onde ganhou as quatro provas na categoria, e Cacá Bueno, dominador inconteste em Santa Cruz do Sul -, ninguém pode se considerar dono de Jacarepaguá. A pista carioca está recebendo neste fim de semana a sexta etapa da Stock Car com um retrospecto intrigante: as últimas oito corridas neste circuito apresentaram oito vencedores diferentes.

Desde 2004, ano em que o calendário reservou duas datas para a Cidade Maravilhosa, subiram ao alto do pódio, pela ordem: Ingo Hoffmann, Thiago Camilo, Giuliano Losacco, Tarso Marques, Duda Pamplona, Valdeno Brito, Daniel Serra e Felipe Maluhy. A lista, portanto, inclui nomes que alcançaram em Jacarepaguá a primeira vitória na Stock Car – casos de Tarso Marques, Valdeno Brito, Daniel Serra e Felipe Maluhy. E sugere que os favoritos costumam fracassar no traçado que foi cruelmente mutilado e reduzido para os atuais 3.336 metros para abrigar o complexo de esportes olímpicos construído para os Jogos Pan-Americanos de 2007.

Como costuma acontecer em casos que desafiam a compreensão, ninguém arrisca uma teoria objetiva para o gosto de Jacarepaguá pelo inusitado e resultados até mesmo misteriosos, como a vitória de Valdeno na Corrida do Milhão (de dólares!) em 2008, depois que uma inexplicável pane temporária roubou a liderança do líder e virtual ganhador Cacá Bueno. “Não acredito que exista uma causa específica. Acho que é apenas uma coincidência”, sugere Xandinho Negrão (Medley/Full Time Sports), que não poderia estar em local mais favorável para quem ainda persegue uma vitória inédita na Stock Car.

Jacarepaguá guarda outras curiosidades intrigantes: Jacarepaguá é quase um terreno amaldiçoado para a RC, equipe tetracampeã e maior vencedora na fase moderna da Stock Car inaugurada em 2001 com a estréia dos motores V8 importados. A equipe até ganhou a corrida que abriu a nova era com Beto Giorgi, mas tem fracassado na tentativa de repetir o resultado. E desde 2005, quando Giuliano Losacco chegaria ao bicampeonato pela Equipe Medley, nunca mais o campeão da temporada foi o vencedor em Jacarepaguá.

A dúvida que resta é se o Sobrenatural de Almeida, que sempre foi conhecido por dar o ar da graça nos campos de futebol, encontrou no histórico terreno de Jacarepaguá um campo fértil para exercer seus estranhos poderes.

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