Ferrari, mais do mesmo

quinta-feira, 20 de agosto de 2015 às 16:41

Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel

Por: Adauto Silva

A notícia de ontem que a Ferrari renovou o contrato de Kimi Raikkonen para 2016 só foi boa para o próprio Raikkonen e para o Vettel.

Para o Raikkonen porque vai ficar mais um ano enganando não sei quem no cockpit ganhando uma verdadeira fortuna. E para o Vettel por motivos óbvios, ou seja, nada como ter com um companheiro de equipe “aposentado em atividade” – como era Webber – para não ser incomodado.

Lógico, a notícia é boa também para muitos fãs do Raikkonen, mas não para todos. Explico. Falei com alguns fãs do finlandês que me disseram que um ano a mais só vai reafirmar sua decadência, que começou a se acentuar em 2014, piorou este ano e só algum milagre poderia reverter o processo em 2016.

Pra mim não faz a menor diferença. Nunca fui fã do finlandês, mas também nunca tive nada contra ele. Mas para um fã da F1 como você e eu somos, a permanência dele no cockpit da Ferrari significa um lugar a menos para um piloto de ponta numa equipe de ponta.

Kimi teve seus anos de glória nos primeiros dois terços deste século, mas depois começou a entrar em decadência em 2009 quando foi demitido pela própria Ferrari. Perambulou um pouco por aí, inclusive passando vergonha no WRC, até voltar para a F1 num ótimo carro da Lotus e com um companheiro de equipe novato, afobado e trapalhão, Romain Grosjean, que atualmente melhorou bastante em comparação àquela época.

Então a Ferrari inexplicavelmente mandou Felipe Massa embora e o recontratou. Eu disse na época que ele seria trucidado pelo Alonso, e foi exatamente o que aconteceu. Aí a Ferrari inexplicavelmente (de novo) deixou Alonso escapar para a McLaren e contratou Vettel. Veja bem, a Ferrari tinha a possibilidade de ter Alonso e Vettel (já pensou que dupla!), mas preferiu manter o finlandês, que evidentemente não é páreo para Vettel e vem tomando uma senhora surra do alemão.

A Ferrari tinha três opções realistas para contratar: Daniel Ricciardo, a melhor delas; Nico Hulkenberg, que vem provando há anos que merece uma chance real num carro de ponta. E Valtteri Bottas, que pode não ser um gênio da lâmpada, mas pelo menos é certamente mais rápido que o atual Kimi Raikkonen.

Mas inexplicavelmente – mais uma vez – Maranello preferiu continuar com o Kimi.

Vai continuar sendo uma equipe de um piloto só, enquanto as outras tem dois.

Parabéns Ferrari!

 Adauto Silva

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