F1 – Mercedes almejava “carro 90%” para 2017

domingo, 24 de dezembro de 2017 às 10:49

Mercedes

A Mercedes pretendia produzir o que descreveu “um carro de 90%” para a temporada 2017 de Fórmula 1, já que foi o primeiro ano de um novo conjunto de regulamentos técnicos.

A equipe dominante da era do motor híbrido V6 conseguiu conquistar os campeonatos de pilotos e construtores pelo quarto ano consecutivo, mas admite que não visava avançar muito com seu primeiro carro construído para as novas regras.

Falando exclusivamente na revista F1 Racing sobre o Mercedes W08, o projetista chefe John Owen disse que o carro teve mais flexibilidade em seu design do que o W07 do ano anterior. “Eu estabeleci o objetivo de construir um carro 90% para 2017”, disse Owen.

“Pode parecer estranho não apontar para 100%, mas o problema que você enfrenta em qualquer novo conjunto de regras é que você não pode ter certeza dos desafios que você enfrentará ao longo do caminho – como as regras evoluem, se os pneus se comportam de forma diferente de como você esperava”, explicou.

“Há muitas incógnitas, então você aponta para um carro que pode cobrir quantas circunstâncias diferentes quanto possível e aceita que talvez não seja o auge da otimização. Construímos muito ajuste no carro, a capacidade de reagir às coisas que vimos”, prosseguiu o projetista.

“Infelizmente, a maioria das coisas a que tivemos que nos adaptar não aconteceu. Então, carregamos muito compromisso durante o ano por coisas que não precisavam ser mudadas e nós lutamos um pouco com aquelas que mudaram”, lembrou.

Owen acrescentou que uma maior otimização de um conceito de carro “tende a aparecer no segundo ou terceiro ano da estabilidade das regraa”, e que uma mudança tardia que a equipe enfrentou na véspera da temporada teria sido muito mais problemática se tivesse acontecido um ano antes.

“O que quero dizer (com um carro de 90%) é que é bastante espaçoso em alguns lugares”, declarou ele. “O motivo disso foi nos permitir reagir durante o processo de concepção e mudar as coisas”.

“Nós não sabíamos onde o desenvolvimento aerodinâmico nos levaria, até certo ponto – quais áreas do carro precisávamos para encontrar mais espaço para o desempenho aero, quais áreas eram zonas seguras onde você não encontra nenhum aero”, comentou.

“Se você pode mover as coisas no carro e não precisa reinventar todas as partes com cada novo desenvolvimento, é bastante sábio. Tivemos uma mudança muito tardia em um aspecto da unidade de potência, e por nossa filosofia, podemos acomodá-la razoavelmente bem”, afirmou Owen.

“Se isso tivesse acontecido no nosso carro de 2016, literalmente teria sido um caso de rasgar o projeto e começar de novo. Foi bom ter um pouco de espaço para respirar, enquanto que para o próximo carro podemos ser muito mais agressivos”, concluiu ele.

EB - www.autoracing.com.br

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