F1 – Enquanto isso, lá na China…

Circuito Internacional de Xangai

Por: Adauto Silva

O texto abaixo é uma coletânea de informações que publicamos, observações próprias e opiniões de alguns jornalistas amigos com as quais concordo. Divirta-se!

Desde 2010 – quando Alonso venceu em Monza e em Cingapura –  a Ferrari não consegue vencer duas corridas consecutivas. Com a vitória no GP da Austrália, outra vitória em Xangai lhes daria a verdadeira convicção de que eles podem acabar com a seca de títulos de nove anos.

Como fez em Melbourne, Sebastian Vettel está jogando o favoritismo para a Mercedes. Mas ficou claro na Austrália que sua equipe tinha um grande carro desde a pré-temporada e era sim a favorita para a vitória, como havíamos previsto AQUI.

Vettel caçou Hamilton de perto pela liderança no primeiro stint antes de fazer seu pitstop e voltar à frente do inglês. Entretanto, Hamilton, que após seu pitstop tinha Verstappen entre ele e o alemão, não conseguiu ultrapassar a Red Bull mesmo com pneus novos e sendo cerca de 2 segundos mais rápido por volta. Quando Verstappen parou para seu pitstop, Hamilton não conseguiu mais se aproximar de Vettel, pelo contrário, foi ficando cada vez mais para trás.

Embora Vettel não tenha conseguido fazer a pole no sábado, sua Ferrari parecia muito bem equilibrada, especialmente nas curvas mais rápidas. Xangai tem muito mais dessas curvas que Melbourne, por isso Maranello pode se apresentar novamente em ótima forma.

Melbourne é uma pista atípica em relação às outras da temporada, já que ela pode ser considerada “meio pista de rua, meio pista de autódromo” e nos últimos dois anos foi uma das pistas mais fortes da Mercedes.

Se essa tendência se confirmar este ano, então realmente teremos uma boa luta entre Mercedes e Ferrari. O calcanhar de Aquiles da Mercedes – desde a pré-temporada e confirmando depois em Melbourne – é que o carro escapa de frente, principalmente na freada e entrada de curvas de alta. E se a Mercedes não conseguiu resolver ou minimizar isso nestes últimos 14 dias, a curva 1 os espera em Xangai…

Outra equipe que historicamente se sai melhor depois de Melbourne é a Red Bull. Eles podem ficar mais perto numa uma pista que exige maior aderência como Xangai, embora a longa reta possa machucá-los.

Já a Williams com sua aerodinâmica do “tipo míssil” é o oposto da Red Bull. A longa reta pode beneficiá-los, mas as curvas rápidas de raio longo podem machucá-los. Vamos ver que tipo de acerto Massa e Stroll vão usar, pois isso pode determinar o sucesso ou o fracasso da equipe em Xangai.

Atrás da Williams ou embolada com ela aparecem várias equipes. Force India, Toro Rosso, Renault e Haas. Muito difícil saber quem se sairá melhor, mas olho em Grosjean, o francês começou 2017 com sangue nos olhos e pode vencer as Williams em Xangai, o que determinaria o fracasso que falamos anteriormente da equipe de Grove.

Sauber e McLaren devem disputar as últimas posições, a menos que Alonso opere um novo milagre como estava fazendo em Melbourne em P10 até quebrar. Mas é difícil, são retas longas e os pilotos da McLaren não podem cometer nenhum erro, pois como disse Alonso, “você não pode cometer nenhum erro durante toda a corrida, porque qualquer erro em uma curva o faz ser ultrapassado na próxima reta devido à diferença de velocidade – é necessário ser praticamente perfeito”.

O regulamento novo fez os carros da F1 baterem os antigos por 1,3 segundos na volta mais rápida em Melbourne. Entretanto todo mundo, inclusive os pilotos, esperava ganhos maiores

Xangai poderá entregar? Várias de suas curvas são muito mais rápidas do que Melbourne e é nestas curvas em que os carros de 2017 realmente brilham.

Entretanto, em Melbourne os pilotos tiveram também o benefício dos pneus, com um dos compostos sendo mais macio do que os usados em 2016. Em Xangai o pneu mais macio disponível será o super-macio, como também foi o caso no ano passado, apesar de os compostos deste ano serem mais duros do que no ano passado.

Em relação a ultrapassagens – que Melbourne não viu quase nenhuma – em Xangai isso deve melhorar. Na pista chinesa existem pelo menos dois pontos claros de ultrapassagem. O primeiro deles é na freada para a curva 6 e o segundo na freada para a 14 depois de uma reta imensa, a maior da temporada. Na curva 1 também era possível ultrapassar até o ano passado, mas este ano será bem mais difícil, a menos que o piloto da frente erre a saída da rapidíssima curva 16, algo que costuma acontecer com certa frequência.

Mas tudo o que você leu acima pode mudar radicalmente, se a previsão do tempo se confirmar e tivermos pista molhada no domingo. Se isso acontecer, haverá muitas novas variáveis ​​a serem consideradas.

A primeira é a complexidade das novas regras que regem as corridas molhadas. O diretor de corrida tem novos poderes e pode usá-los para determinar uma largada parada, se as condições permitirem. No entanto, é ainda possível uma largada em movimento por razões de segurança.

Depois, há a questão do desempenho dos novos pneus de chuva. Eles foram criticados novamente após o GP do Brasil do ano passado e foram modificados novamente depois de terem sido testados na Espanha no mês passado.

E como o aumento no downforce altera as corridas com pista molhada? Os pilotos devem se beneficiar de mais aderência e pneus mais largos devem tirar a água da linha de corrida de forma mais eficaz. Podemos também ver um piloto ter que fazer maiores compromissos no acerto do carro entre “totalmente molhado” e “meio seco” dependendo de como a previsão do tempo avançar. Ontem havia 80% de possibilidade de chuva para a corrida, mas hoje caiu para 60%.

Aguardemos…

Veja os horários e acompanhe as novidades aqui no Autoracing:

GP da China – Xangai
Quinta-feira, 06 de Abril de 2017
Treino Livre 1   23:00 – 00:30
Sexta-feira, 07 de Abril de 2017
Treino Livre 2   03:00 – 04:30
Sábado, 08 de Abril de 2017
Treino Livre 3   01:00 – 02:00
Classificação – 04:00 – 05:00
Domingo, 09 de Abril de 2017
Corrida – 03:00

Adauto Silva
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