F1 – Detalhes do acidente de Maria de Villota são revelados

terça-feira, 30 de junho de 2015 às 9:52

Maria de Villota

Maria de Villota estava “lutando” para reduzir a velocidade do carro da Marussia quando bateu em um caminhão articulado durante um teste em 2012, de acordo com documentos.

O Executivo de Saúde e Segurança (HSE), cuja função é investigar incidentes nos quais alguém se feriu como resultado de uma atividade de trabalho, concluiu no mês passado que nenhuma atitude será tomada contra as partes envolvidas.

De Villota sofreu ferimentos graves na batida, incluindo a perda de seu olho direito. O teste em linha reta ocorreu no aeroporto de Duxford em 3 de julho de 2012, um dia depois de ela fazer o molde do assento.

Segundo o relatório do HSE, a espanhola disse que não conseguia operar a embreagem quando o volante estava totalmente virado, mas foi informada que “isso não importa, já que não será necessário usar todo o curso do volante durante o teste em linha reta”.

Ela também recebeu notas do engenheiro de corrida antes de pilotar, mas elas não tinham informações sobre como parar o carro ou “quais marchas deveriam ser selecionadas ao chegar no pitlane”.

O relatório acrescentou que um caminhão normal foi usado ao invés do veículo de corrida usual, e ele possuía uma plataforma “incomum” e “maior”.

De Villota iniciou o dia andando em um carro de rua com seu engenheiro de corrida, quando o programa foi explicado a ela; entretanto, o relatório afirmou que o procedimento de parada não foi discutido.

A espanhola completou duas passagens bem sucedidas na pista de decolagem, e quando retornou à área da garagem, com o carro a 45 km/h, ela freou e a velocidade continuou diminuindo.

Quando os giros do motor caíram para 4100 rpm com a marcha ainda engatada, o controle de marcha lenta tentou impedir que a velocidade diminuísse ainda mais na tentativa de impedir que o motor apagasse.

“Esse é o início do primeiro dos três períodos de oscilação nos dados que mostram que o carro está ‘lutando’ com o piloto”, disse o relatório, que acrescentou que a espanhola “não havia recebido nenhuma informação sobre como o controle de marcha lenta do motor afetaria a performance de parada do carro”.

De Villota disse no relatório que pressionou o botão para destravar a embreagem, mas ele não funcionou. A roda dianteira direita travou enquanto ela tentava virar o carro para a direita. Quando ela freou mais forte, a roda dianteira esquerda também travou.

De Villota então tentou reduzir de segunda para primeira marcha, mas a troca foi rejeitada porque o torque era maior do que 100 Nm. Ela aliviou os freios, permitindo que as rodas girassem, mas voltou a pisar no pedal e isso fez a roda dianteira esquerda travar novamente.

A espanhola pensou que evitaria o caminhão, mas o relatório afirmou: “A plataforma havia sido deixada em uma posição que não só criou o risco de ferimento, mas também ficou saliente ao nível de seus olhos”.

O relatório concluiu que a equipe “confiou na habilidade e na experiência da piloto”. De Villota morreu em outubro de 2013, aos 33 anos de idade.

 

LS - www.autoracing.com.br

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