As opiniões de quem sabe. Fala, Paulo de Tarso!

quarta-feira, 6 de abril de 2011 às 1:56

paulo-de-tarsoAmigos, publico aqui a mensagem que me enviou o amigo Paulo de Tarso. É voz autorizada. Foi piloto da Stock Car, proprietário da equipe Action Power e construtor de carros de competição. Dois de seus filhos, Tarso e Thiago, competiram na Stock. Ele tem opiniões com as quais concordo plenamente. Fala, Paulão.

“Quando um acidente acontece, seja de avião, barco ou descarrilhamento de trem, eles ocorrem, na sua maioria, por uma sequência de falhas e/ou erros. Lembremos do acidente com o avião da TAM em Congonhas. Até hoje, não se chegou a uma conclusão, mas sabemos que havia falta de visibilidade e excesso de velocidade, que o piloto tocou na pista muito tarde e a falta de ranhuras no asfalto para melhorar a frenagem agravou a situação.

Então, considerando os itens que você citou, ainda deveríamos acrescentar que, possivelmente, as laterais do banco que deveriam proteger a cabeça do piloto estavam muito espaçadas, permitindo que o impacto causasse um movimento muito grande do pescoço em relação à coluna cervical.

Quanto ao circuito, ou mais especificamente à Curva do Café, com seus muros laterais, nao é muito diferente do que acontece nos circuitos ovais dos EUA, onde são realizados em média cinco eventos a cada fim de semana.

Lá, sempre que um carro bate na parte externa, ele cruza a pista desgovernado e quase sempre é atingido lateralmente pelos que vêm atrás. Isto ocorre várias vezes num final de semana, na Nascar, National, Pick-up, categorias de acesso, Fórmula Indy , Indy Light, etc. Mas raramente se ouve dizer que os acidentes são graves ou fatais.

Alguns estão pedindo área de escape. Não acho que seja esta a solução. Porque, por maior se conseguisse fazê-la, dificilmente esta área impediria que o carro retornasse à pista, mesmo avariado.

Se a opção for alterar a curva, minhas sugestões são:

1- mudar o angulo interno na tangência, fazendo com que aquela parte da pista ficasse mais reta do que curva;

2- diminuir a largura da parte de cima (externa), transformando-a em área de escape. Mas seria preciso estender o asfalto até o muro, eliminando a com grama que lá está hoje. É ela que faz o piloto perder dirigibilidade, principalmente, em dias de chuva ou pós-chuva.

3- manter a inclinação do asfalto até encostar no muro, de preferência acentuá-la para que o carro ganhe mais aderência antes de tocar no muro, como é feito nos ovais.

Sobre o carro, especificamente, creio que o Push to Pass proporciona muito mais potência do que o necessário; ele faz com que o carro acelere abruptamente. E quando existe um bloqueio eventual do adversário à frente, dificilmente o piloto vai tirar o pé do acelerador para não perder o impulso.

Além do que, isto não tem melhorado as disputas porque o carro que acionar simplesmente passa um ou mais carros muito facilmente, e não melhora nada para o publico que fica sem entender por que tanta facilidade nas ultrapassagens.

Sei que não é hora de tecer críticas, mas sim de abrir um fórum de discussões e implantá-las de imediato, porque senão, como já aconteceu, fica no esquecimento.

Se não soubermos a razão de uma tragédia, não temos como evitá-la nas próximas corridas”.

Lito Cavalcanti

AS – www.autoracing.com.br

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