Zak Brown e McLaren: a ascensão do gigante de $4,1 bilhões na F1
segunda-feira, 29 de setembro de 2025 às 14:00
Zak Brown – McLaren
Zak Brown leva a McLaren do abismo a valer USD 4.1 bi
A McLaren Racing, uma das mais gloriosas e tradicionais equipes do automobilismo, enfrentava um momento desesperador no meio da década passada. A equipe estava atolada em um ciclo vicioso de performance decepcionante e severa instabilidade financeira. Para ilustrar, a desastrosa segunda parceria com a Honda, encerrada em 2017, custou milhões em prêmios e patrocinadores.
Além disso, a estrutura de gestão herdada da era Ron Dennis, embora tenha sido vitoriosa no passado, era vista como excessivamente rígida e avessa à moderna exploração comercial. O resultado direto dessa cultura foi a fuga de grandes parceiros comerciais. Sem patrocínio titular de peso e com resultados ruins na pista, a McLaren estava em uma situação pré-falimentar. O valor de mercado da equipe despencava vertiginosamente.
A chegada de Zak Brown: a revolução da cultura e da marca
A virada estratégica começou em 2016 com a chegada de Zak Brown, um executivo americano com um histórico notável em marketing e em capturar patrocínios. Brown identificou rapidamente que o problema da McLaren ia além da engenharia; era fundamentalmente uma questão de gestão de marca e de cultura organizacional.

A princípio, ele quebrou a cultura hermética e o ambiente de trabalho pesado. Brown injetou um estilo de liderança mais aberto e transparente. Ele encorajou a comunicação e devolveu a paixão e a alegria à fábrica de Woking. Por exemplo, a equipe se tornou muito mais ativa e visível nas redes sociais e na imprensa, o que era impensável anos antes. Essa abertura ressoou com o público e, mais importante, com potenciais parceiros comerciais.
A estratégia de patrocínio “mosaico” e a diversificação de receita
Zak Brown não dependeu de um único grande patrocinador. Em vez disso, ele implementou a inovadora e crucial estratégia de ‘mosaico’ (ou puzzle). Em outras palavras, a McLaren passou a assinar contratos com uma ampla variedade de parceiros de alto nível. Cada um contribuía com uma fatia da receita, mas a soma de todas essas contribuições gerou um montante financeiro muito maior e mais estável.
Ademais, essa diversificação protegeu a equipe de uma eventual perda de um único patrocinador. Essa tática provou ser um golpe de mestre comercial. A equipe laranja se tornou, de longe, a mais atraente no grid para marcas globais, com seu carro exibindo dezenas de logotipos de empresas de renome.
Reestruturação técnica e liderança focada
Apenas a saúde financeira não seria suficiente. Brown precisava de resultados consistentes na pista. Portanto, ele implementou uma reestruturação de liderança técnica e operacional, garantindo que a equipe de Fórmula 1 tivesse foco total.
Inicialmente, ele trouxe Andreas Seidl, que restaurou a disciplina de engenharia. Após a saída de Seidl, Andrea Stella assumiu como chefe de equipe. Stella, um engenheiro com profundo conhecimento técnico, impôs uma estrutura de responsabilidade clara e direta. Como resultado, a equipe viu uma melhora notável na coordenação entre o design do carro e as operações na pista, com menos erros estratégicos.
Os investimentos cruciais em infraestrutura
A principal desvantagem da McLaren no início da era Brown era sua infraestrutura obsoleta. A equipe ainda dependia de um túnel de vento antigo e precisava usar instalações de outras equipes para simulações. Brown, no entanto, usou a nova base financeira para garantir dois investimentos que mudaram o jogo:
O novo túnel de vento: este projeto de última geração, que levou anos para ser concluído, finalmente liberou a equipe da dependência externa e permitiu o desenvolvimento aerodinâmico de ponta.
O simulador avançado: a atualização da tecnologia de simulação acelerou o processo de design e permitiu que os pilotos, como Lando Norris e Oscar Piastri, fornecessem feedback mais preciso e imediato.
Esses investimentos em tecnologia de ponta foram cruciais para o salto de performance que a equipe deu a partir de 2023.
A consolidação do valor e o futuro bilionário
A performance ascendente na pista, impulsionada por uma gestão financeira sólida e infraestrutura moderna, culminou na valorização estrondosa da McLaren. A equipe de Woking conseguiu atrair grandes investidores. A MSP Sports Capital e, posteriormente, o fundo soberano de Abu Dhabi, Mumtalakat, injetaram capital significativo, garantindo a estabilidade a longo prazo.
Este investimento resultou na valorização da McLaren Racing em impressionantes US$ 4,1 bilhões. Esta cifra não só tira a equipe de qualquer risco financeiro, mas também a coloca entre as mais valiosas da Fórmula 1, ao lado de Red Bull e Ferrari. A gestão de Zak Brown demonstrou que na Fórmula 1 moderna, o sucesso depende tanto de uma gestão financeira astuta e de um marketing agressivo quanto de uma engenharia de ponta. Brown transformou uma equipe em crise em um verdadeiro gigante do esporte, reescrevendo o manual de como ser bem-sucedido e lucrativo na maior categoria do automobilismo mundial.
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