Wirth diz que enjoo nos simuladores pode ser superado

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011 às 11:26
m_schumacher.2Pilotos como Michael Schumacher não deverão ter grandes problemas para superar o enjoo do movimento que enfrentam nos simuladores de Fórmula 1.

Essa é a opinião de Nick Wirth, diretor técnico da Virgin Racing, que passou vários anos trabalhando no desenvolvimento de uma tecnologia de simulação de última geração em suas próprias instalações em Banbury.

“Os mais jovens estão mais acostumados aos video games”, explicou Wirth. “O cérebro deles está completamente programado. Quando meu filho usa o simulador, ele não sente nada – portanto, é uma coisa da geração. Tenho certeza que Michael não jogou muitos video games quando era mais jovem, mas pelo que vimos, tenho certeza que ele poderá superar seu enjoo do movimento”.

Wirth diz que o enjoo do movimento nos simuladores é causado por uma resposta evolutiva do cérebro – que começou como um mecanismo de proteção contra a ingestão de alimentos errados.

“A pessoa mais influente no desenvolvimento dos nossos simuladores é David Brabham, e ele tem a minha idade”, disse Wirth. “Ele é absolutamente fantástico nisso, mas definitivamente sofreu com o enjoo do movimento a princípio”.

“Enjoo do movimento é um tópico fascinante, e, fundamentalmente, tem suas raizes em nossa história evolutiva. Vem do fato de que seu cérebro está continuamente comparando o que seus olhos podem ver com o que seu ouvido interno diz”.

“Quando nossos ancestrais costumavam pegar frutas do chão, se comessem algo que fosse perigoso, que poderia deixá-los doentes, uma das manifestações era se sentir tonto – como acontece quando você ingere álcool demais, o que é uma forma de intoxicação, e você perde seu senso de equilíbrio”.

“Perder seu senso de equilíbrio proporciona uma desconexão entre sua visão e seu ouvido interno, e o corpo diz ‘perdi minha conexão entre o ouvido interno e a visão, devo estar intoxicado, preciso me livrar disso’. É por isso que você se sente mal”.

“Então, é por isso que, quando você está lendo um livro no carro, vê uma coisa que está parada e seu ouvido interno sente a aceleração, portanto seu cérebro diz ‘espere um segundo, isso não está certo’. Essa é a base evolutiva do enjoo do movimento”.

Wirth diz que Brabham inicialmente teve grandes problemas para se acostumar aos simuladores, mas agora, superou totalmente as dificuldades que enfrentou.

“É uma questão de treinamento. David costumava sair do simulador após 10 voltas, ficava com a cabeça no meio das pernas por duas horas e voltava para casa pálido. Mas melhoramos o movimento, entendemos o que era, e agora, não conseguimos tirá-lo do simulador quando ele vem”.

LS – www.autoracing.com.br

Tags
, , , , , , , , , , , , ,

ATENÇÃO: Comentários com textos ininteligíveis ou que faltem com respeito ao usuário não serão aprovados pelo moderador.