WEC – Dirigindo a noite toda em Austin com o Porsche 919 Hybrid

domingo, 14 de setembro de 2014 às 7:55

Porsche 919 Hybrid LMP1

O Circuit of the Americas (COTA) em Austin, Texas, será o local onde será realizada a quarta rodada do Campeonato Mundial de Endurance (World Endurance Championship, WEC) da FIA no dia 20 de setembro. A corrida de seis horas terá início às 17h00min e o pôr do sol está previsto para as 19h43min. Esta programação faz com que esta seja a primeira corrida noturna no COTA, enquanto todos os seis pilotos de equipe do Porsche 919 Hybrid adquiriram experiência em Le Mans sobre como lidar com o crepúsculo e a escuridão. O circuito nos EUA traz uma variedade bem grande de desafios: a reta de largada e chegada sobe um trecho muito inclinado e entra em uma curva fechada para a esquerda. Outras seções interessantes do circuito foram emprestadas de pistas de corrida famosas de todo o mundo. Elas lembram, por exemplo, a seção dos Esses em Suzuka, o Maggots-Beckets em Silverstone e o Motodrom en Hockenheim. A reta traseira é um impressionante trecho de 1,2 quilômetros.

A equipe Porsche disputa a corrida com o carro mais inovador dentre todos os participantes, com seu Le Mans Prototype (LMP1) com direção híbrida, e estabeleceu metas ambiciosas para as cinco rodadas restantes do Campeonato Mundial. Relembrando o que aconteceu até agora, na primeira corrida do Porsche 919 Hybrid em Silverstone (Grã Bretanha), a equipe foi instantaneamente recompensada com um lugar no pódio. Foi o trio no carro número 20 que chegou em terceiro lugar: Timo Bernhard (Alemanha), Brendon Hartley (Nova Zelândia) e Mark Webber (Austrália). Na segunda rodada do WEC em Spa-Francorchamps (Bélgica), também uma corrida de seis horas, a equipe no carro irmão número 14 foi o centro das atenções ao conquistar a primeira pole position. O carro número 14 é pilotado por Romain Dumas (França), Neel Jani (Suíça) e Marc Lieb (Alemanha).

Na terceira e mais famosa corrida do WEC, as 24 horas de Le Mans, a equipe teve um forte desempenho, mas apenas o carro número 14 terminou a corrida, em 11º lugar geral, depois de ter que passar por reparos demorados na caixa de câmbio nas horas finais da corrida. Foi ainda mais difícil para Bernhard/Hartley/Webber: o carro número 20 vinha liderando por 37 voltas e estava no rumo certo para terminar em segundo lugar, quando Mark Webber precisou tirar o carro da corrida duas horas antes do término devido a uma falha no motor.

Desde aquele dia, 15 de junho, a equipe Porsche tem aproveitado bem o intervalo para realizar trabalhos de desenvolvimento na sede em Weissach e provas na pista de Paul Ricard (França), na pista de EuroSpeedway Lausitz na Alemanha e na pista de Magny-Cours, novamente na França. Um novo pacote aerodinâmico foi instalado para proporcionar um nível mais elevado de forças verticais descendentes para o restante das rodadas em Austin, Fuji, Shanghai, Sakhir e São Paulo. Além disso, muitos outros detalhes foram aperfeiçoados, algo que não havia sido possível antes de Le Mans, uma vez que a equipe precisa dar enfoque à confiabilidade e precisou travar a especificação do carro.

Comentários antes da corrida:

Fritz Enzinger, Vice-Presidente para a categoria LMP1: “Estamos indo para Austin muito motivados e queremos tirar proveito de tudo que aprendemos até agora. É quase como se fosse o início de uma segunda temporada, mas em condições novas. As provas realizadas no verão foram muito boas, com resultados muito analíticos, sistemáticos e em um ambiente ótimo. Durante bastante tempo, os preparativos para a corrida de Le Mans dominaram tudo. Tivemos então um bom desempenho lá e saímos unidos daquele resultado difícil. Ele foi um evento muito emotivo e muito bom para reforçar os vínculos entre a equipe. Vimos trabalhando em problemas de confiabilidade em Weissach e cruzamos todos os itens de uma longa lista de tarefas para as próximas cinco corridas. O novo pacote aerodinâmico do Porsche 919 Hybrid começou a funcionar assim que foi instalado. Agora precisamos transferir tudo para as corridas. Se acertarmos isso, não tenho dúvida alguma de que seremos competitivos e conquistaremos os resultados adequados”.

Pilotos do carro N.º 14:
Romain Dumas – 36, França. 

“Até agora, só conheço o COTA de nosso simulador e sempre gosto de descobrir novos circuitos. Quando eu estava disputando corridas com o Porsche RS Spyder, eu gostava muito do automobilismo nos EUA, por isso, estou muito satisfeito de estar indo para Austin e também acredito que nosso carro terá um bom desempenho lá, particularmente nas partes de alta velocidade do Circuit of the Americas”.

Neel Jani – 30, Suíça.
“Eu nunca fui à Austin, mas pratiquei um pouco no simulador. A primeira volta é muito rápida e, por isso, você precisa de bastante força vertical descendente nessa área, que provavelmente será proporcionada pelo nosso novo pacote aerodinâmico. Acredito que as curvas lá são menos brutais que as de Le Mans. Ainda não temos muita experiência com o calor e precisaremos monitorar cuidadosamente o desgaste dos pneus e a temperatura do sistema, especialmente nas primeiras duas horas. Depois disso, estaremos dirigindo à noite na maior parte da corrida. Sempre gostei de disputar corridas nos Estados Unidos e me diverti muito no ChampCar em 2007. Em todo caso, mal posso esperar para disputar uma corrida no 919 de novo. Quando a potência do motor elétrico é acionada no eixo dianteiro, o carro se transforma em um animal de quatro rodas extremamente poderoso, me sinto como o piloto de um jato. Esta é tecnologia do futuro para maximizar a pura diversão dos carros esportivos”.

Marc Lieb – 34, Alemanha. 
“No ano passado, quando disputei a corrida ao volante do 911 RSR em Austin, eu achei o circuito muito interessante e tecnicamente exigente. Estou aguardando ansioso pela oportunidade de levar o 919 Hybrid para aquela pista. Especialmente nas curvas rápidas, a força vertical descendente proporcionada pelo carro LMP1 vai fazer com que essa seja uma nova experiência de direção. Tendo dito isso, seria preferível que tivéssemos de volta a especificação de baixo arraste de Le Mans para aquela longa reta traseira. O setor três é algo completamente diferente. Não existe necessariamente uma passagem harmoniosa entre essas curvas, uma vez que, na verdade, você pode até mesmo escolher qual lado quer usar. Entretanto, o tempo de volta vai lhe dizer imediatamente qual é a melhor e a pior solução. O calor em 2013 era extremo. Agora, a corrida começa mais tarde, mas devido à alta umidade, a temperatura não abaixa rapidamente à noite”.

Pilotos do carro N.º 20:
Timo Bernhard – 33, Alemanha. 

“Bem, sou o único piloto do carro número 20 que ainda não disputou uma corrida em Austin, mas conheço a pista do simulador em Weissach e, é claro, conversei com o Mark e o Brendon. Ele é um circuito diversificado e exigente. Mal posso esperar para levar o carro com um nível decente de força vertical descendente pelas curvas rápidas. Dirigir à noite faz com que a corrida fique ainda mais emocionante. Adoro disputar corridas no escuro e espero ter a oportunidade de fazê-lo novamente em Austin. O horário mais difícil é logo antes do pôr do sol, quando o sol está bem baixo. Você precisa ter muito cuidado durante o crepúsculo logo antes de escurecer, e seu para-brisas deve estar limpo. Desde Le Mans nossa equipe está ainda mais unida, estamos bastante entrosados agora e muito motivados”.

Brendon Hartley – 24, Nova Zelândia. 
“Adoro este circuito; pilotei um protótipo Daytona lá no ano passado. Em termos de circuitos de novo estilo com muitas áreas de escape enormes, o COTA é o melhor em que já dirigi. Ele oferece muitos desafios, curvas de passagem rápida, curvas fechadas e sinuosas muito técnicas e longas retas para ultrapassagem. Ele tem uma boa configuração. A primeira curva se destaca, pois eu diria que é a primeira impressão que você tem e ela é muito diferenciada. Também gosto da cidade de Austin com toda aquela música ao vivo, e espero poder ver um pouco mais disso neste ano”.

Mark Webber – 38, Austrália.
“É muito bom poder voltar às corridas, uma vez que tivemos um intervalo bastante longo. Conheço Austin da época em que participava da Fórmula Um e gosto de lá; o COTA é uma pista interessante com boas instalações e Austin é um cidade animada. Os fãs tem sido ótimos lá. Esta será nossa primeira corrida verdadeira de velocidade em termos de dimensões de corrida de endurance, porque no início da temporada nossa mente estava sempre voltada para Le Mans. Entretanto, agora estamos nos concentrando em fazermos um bom trabalho nas últimas cinco corridas. Dirigir à noite também será interessante. O COTA oferece de tudo na sua volta: ele tem uma velocidade máxima bastante elevada, as retas são bem longas, ele tem muitas mudanças de elevação e também muitas curvas rápidas e bem lentas. A temperatura também estará bem alta e, portanto, será desafiadora para os motores, os carros e os pilotos. Esse também é um novo componente para nós, e estou ansioso por estar lá”.

Fatos e números:
• O comprimento do Circuit of the Americas é 5.513 quilômetros. Uma única volta conta com nove curvas para a direita e onze curvas para a esquerda. O circuito, projetado pelo arquiteto alemão Hermann Tilke, tem 40 metros de diferença em altitude e as voltas são realizadas no sentido anti-horário. A reta mais longa tem 1,2 quilômetros.
• A previsão é que a temperatura ambiente fique em torno de 30 graus Celsius.
• Em 2013, o vencedor da corrida completou 187 volts (1.030,93 quilômetros) em seis horas. No decorrer desta distância, cada um dos dois carros Porsche 919 Hybrid geraria e utilizaria 156 quilowatts-hora (kWh), uma quantidade de energia elétrica que manteria uma lâmpada incandescente de 60 Watts acesa por quase 20 semanas.
• No modo de corrida normal (sem os períodos com o carro madrinha), o Porsche 919 Hybrid precisa reabastecer a cada 31 voltas. Isso significaria cinco pit-stops para reabastecimento por carro.
• Dois tanques de combustível (62 voltas) com um conjunto de pneus para corrida Michelin é a meta da equipe Porsche para o COTA.
• A população da cidade com crescimento acelerado de Austin é cerca de 800.000 habitantes. A cidade foi fundada em 1835 e depois nomeada em homenagem ao colonizador Stephen F. Austin.
• Quase 50.000 estudantes desfrutam da vida urbana. Austin também abriga ótimas bandas de rock, é um local muito procurado por empresas de computador para suas sedes e muitos filmes famosos foram filmados lá. Notavelmente, Austin também é a residência de uma população de 1,5 milhões de morcegos mexicanos de cauda livre.
• Há 29 carros no total na lista de concorrentes para a quarta rodada do Campeonato Mundial de Endurance da FIA. Nove desses carros disputam a categoria LMP1 junto com os carros Porsche 919 Hybrid. O número dos carros da Porsche, 20 e 14, representam o ano em que a Porsche voltou a disputar o mais elevado nível do automobilismo.
• Durante a curta prova de qualificação, 25 minutos compartilhados por carros das categorias LMP1 e LMP2, é preciso que dois pilotos dirijam por carro. O tempo de qualificação oficial é a média das duas voltas mais rápidas dos dois pilotos (ou seja, o tempo médio de quatro voltas).
• A equipe Porsche já enviou 35 toneladas de equipamento por avião durante o percurso mundial. A maioria do equipamento viaja direto de Austin para Fuji, Shanghai, Sakhir e depois para a corrida final em São Paulo. O equipamento inclui dois carros de corrida, um chassi sobressalente, quatro motores, quatro caixas de câmbio, três conjuntos de suspensão, 100 aros, 120 rádios e fones de ouvido, aproximadamente 400 metros de cabos elétricos e de informática e quatro gabinetes de ferramentas, bem como 30 macacões e capacetes à prova de fogo para a equipe.
• Na classificação do WEC depois de três de oito corridas, a equipe Porsche com 60 pontos está atualmente em terceiro lugar, atrás da Toyota (115) e da Audi (114). Uma pontuação dupla foi concedida em Le Mans.
• Somando estes dois carros da categoria LMP1, os carros Porsche 911 RSR da categoria GT do WEC e do TUDOR United SportsCar Championship (Campeonato USCC), há no total sete carros de corrida da equipe da Porsche na disputa em Austin.

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