Villeneuve ironiza “regras papaia” e critica erro da McLaren

McLaren

Jacques Villeneuve explicou por que as chamadas regras papaia da McLaren viraram motivo de chacota no paddock da Fórmula 1. Segundo o campeão mundial de 1997, o problema não está nas regras em si, mas no fato de a equipe ter dado um nome a algo que já é padrão na categoria.

De acordo com o canadense, todas as equipes possuem diretrizes internas para seus pilotos. No entanto, a McLaren acabou se expondo ao transformar esse conjunto de normas em um “conceito” publicamente identificado.

Regras comuns ganharam apelido — e viraram alvo fácil

Villeneuve destacou que as chamadas regras papaia são extremamente simples. Na prática, elas exigem apenas que Lando Norris e Oscar Piastri disputem posições de forma limpa, justa e, acima de tudo, sem colisões entre companheiros de equipe.

Esse tipo de orientação, porém, existe em toda a Fórmula 1. Ainda assim, a McLaren passou a ser associada diretamente a esse discurso por defender publicamente a paridade absoluta entre seus dois pilotos.

Essa tentativa de controlar a balança da igualdade, segundo muitos no paddock, é quase impossível no automobilismo. Como consequência, o termo ganhou vida própria e passou a simbolizar a política interna da equipe de Woking.

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Caso de Monza expôs contradições da McLaren

O exemplo mais claro dessa filosofia surgiu no Grande Prêmio da Itália de 2025, em Monza. Na ocasião, a McLaren ordenou que Piastri cedesse posição a Norris após um erro da própria equipe no pit stop do britânico.

Norris vinha atrás do companheiro quando a equipe decidiu parar Piastri primeiro, em uma escolha pouco convencional. Depois disso, um pit stop lento fez com que o britânico retornasse à pista atrás do australiano.

Para corrigir o erro, a McLaren lançou mão de ordens de equipe em meio a uma disputa direta pelo campeonato de pilotos. Naturalmente, a decisão dividiu opiniões e gerou forte debate no paddock.

Villeneuve aponta erro de comunicação, não de regra

Villeneuve admite que nem conhece todos os detalhes das regras papaia. Mesmo assim, ele não tem dúvidas sobre onde a McLaren errou.

“Nós nem sabemos exatamente o que são as regras papaia”, disse ao PokerScout. “É apenas um nome ligado à cor do carro.”

Segundo ele, o conceito não é nada novo. “No fim das contas, toda equipe tem regras para que pilotos companheiros não batam um no outro.es simplesmente não dão um nome especial, um apelido, como a McLaren fez. E pronto.” Isso é normal.”

A diferença, portanto, está no rótulo. “As equip

Para Villeneuve, o efeito colateral é óbvio: “Sem apelido, ninguém pode tirar sarro. É simples assim.”

Neutralidade no título quase custou caro

Ao longo da temporada, a McLaren decidiu não favorecer nem Norris nem Piastri na luta pelo título. Essa postura se manteve mesmo com a ameaça crescente de Max Verstappen na reta final do campeonato.

Além disso, erros importantes agravaram o cenário. A equipe sofreu uma dupla desclassificação em Las Vegas e cometeu um erro estratégico grave no Catar. Com isso, abriu espaço para o piloto da Red Bull, que terminou a temporada entre os dois carros da McLaren e apenas dois pontos atrás de Norris, campeão pela primeira vez.

“Acho que eles perceberam que precisam estar sempre atentos”, avaliou Villeneuve. “Você não pode relaxar, porque alguém sempre aparece para te pegar. E eles quase foram pegos.”

Domínio do carro não garantiu tranquilidade

Apesar de conquistar o campeonato de construtores com relativa facilidade, a McLaren encontrou muito mais dificuldade no Mundial de pilotos. Parte disso, segundo Villeneuve, veio da decisão de tratar seus dois pilotos como números um.

“Eles tinham o carro para ganhar”, afirmou o canadense. “Se não tivessem vencido, teria sido uma decepção enorme. Teria sido muito constrangedor não ganhar esse campeonato.”

No fim, Norris garantiu o título. Mesmo assim, Villeneuve acredita que a pressão imposta por Verstappen pegou a equipe de surpresa.

“Eles se recuperaram no final com o Lando”, concluiu. “Mas o Max deu muito trabalho. Acho que isso surpreendeu a McLaren.”