Vergne: Hamilton “construiu sua sorte” com trabalho duro

Lewis Hamilton

Lewis Hamilton construiu seu sucesso na Fórmula 1 graças ao trabalho duro, confiança e uma visão a longo prazo que a maioria dos pilotos não têm, segundo Jean-Eric Vergne.

Desde que trocou a McLaren pela Mercedes após a temporada 2012, Hamilton se tornou o piloto de F1 mais bem sucedido de todos os tempos, batendo os recordes de vitórias, pole positions e igualando os sete títulos mundiais de Michael Schumacher.

Vergne, que correu na F1 pela Toro Rosso entre 2012 e 2014, argumentou em uma entrevista no podcast Beyond the Grid que Hamilton criou sua própria sorte com a decisão de ir para a Mercedes.

“Algumas pessoas podem chamar de sorte, mas com o tempo eu percebi que isso não é inteiramente verdadeiro”, disse Vergne. “O melhor exemplo para mim é Lewis. Eu me lembro na Índia em 2012, ele ainda estava na McLaren e indo para a Mercedes, que era uma equipe nova e não estava vencendo nenhuma corrida – estava longe disso”.

“Eu lhe disse ‘você é louco, por que ir para lá? Você está na melhor equipe da F1 com a McLaren’ e ele respondeu: ‘Porque eu preciso construir aquela equipe ao meu redor, preciso disso para bater Sebastian (Vettel)’, que estava ganhando tudo naquela época”.

“E quando eu vejo a carreira que Lewis tem agora com a Mercedes, o que ele fez pode ser chamado de tudo, menos sorte. O cara confiou nas pessoas que estavam na equipe no começo. Ele conseguiu compreendê-las, com Toto Wolff e todo o pessoal técnico por trás e o dinheiro que seria injetado naquela equipe”.

“Ele sabia que, se trabalhasse bem com a equipe, tinha todas as chances de torná-la a mais bem sucedida da década e ele ser o piloto mais bem sucedido de todos os tempos – e foi o que aconteceu”.

“Muitas pessoas podem dizer ‘ele tem o melhor carro, tem sido fácil’, mas ele construiu essa sorte, construiu a equipe junto com Toto e todo o pessoal da Mercedes. Isso não é sorte, é trabalho duro e uma visão a longo prazo que ele teve e muitos pilotos não têm”.

Hamilton está tentando se tornar o primeiro piloto na história a conquistar oito títulos mundiais, mas no momento está 12 pontos atrás de Max Verstappen no campeonato.

Quando lhe perguntaram quem levará a melhor nas cinco corridas finais, Vergne respondeu: “Eu não poderia dizer, realmente não sei. Acho que Lewis não tem mais nada a provar na F1, não sei se o piloto que baterá seus recordes já nasceu. Eu adoraria ver Max e Lewis no mesmo carro, seria muito interessante”.

Hamilton e Verstappen bateram duas vezes até agora nesta temporada, em Silverstone e Monza enquanto sua disputa pelo título se intensificou, dando origem a comparações com outras rivalidades famosas da F1, como a de Ayrton Senna e Alain Prost.

“Que vença o melhor, e eu só espero que não haja nada como Senna-Prost em Suzuka, espero que nenhuma coisa assim aconteça no fim da temporada, independente de quem tiver o maior número de pontos”.

“Eu espero ver uma boa briga. Também gosto de ver Lewis lutando com Max, acho que ele foi muito gentil com Max mais de uma vez no começo do ano quando Max foi bastante agressivo”.

“Lewis deu uma resposta para ele. Creio que a batida em Silverstone foi apenas uma resposta de Lewis. Ele também estava por dentro e foi um incidente de corrida, mas pelo menos uma vez Lewis não aliviou, como fez algumas vezes em Imola. A tensão entre eles só está aumentando e é legal de ver”.