Vasseur minimiza “agora ou nunca” de Leclerc

Frederic Vasseur e Charles Leclerc

Frederic Vasseur, chefe da Ferrari, tratou de minimizar a declaração de Charles Leclerc de que seria “agora ou nunca” após o GP de Abu Dhabi. Segundo o dirigente, a fala surgiu em um momento de forte emoção, logo depois de o piloto deixar o carro.

A equipe italiana, por sua vez, teve uma temporada extremamente complicada. Ao longo do campeonato, não conquistou nenhuma vitória.

Além disso, a chegada de Lewis Hamilton, considerada um dos grandes movimentos do mercado, não resultou em pódios. Como consequência direta, a pressão interna aumentou de forma significativa.

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Temporada frustrante aumenta foco no novo ciclo

Diante desse cenário, o olhar da Ferrari já se volta para 2026. No próximo ano, a Fórmula 1 passará por uma profunda mudança técnica. Todos os carros serão construídos sob um novo conjunto de regras. Portanto, o regulamento abre espaço para que uma equipe consiga dar um salto relevante no pelotão.

Após um ano decepcionante, Leclerc foi direto ao afirmar que o próximo ciclo representaria um momento decisivo. Afinal, o monegasco se prepara para disputar sua oitava temporada com a Ferrari sem ter até agora um carro capaz de brigar pelo título.

Ainda assim, Vasseur fez questão de contextualizar a declaração. Para ele, o tom das respostas varia bastante conforme o momento da entrevista.

“Sinceramente, Charles não é o mesmo logo após a sessão. Não é igual quando termina em segundo ou sexto”, explicou Vasseur à imprensa.

Vasseur vê discurso emocional, mas postura constante

Segundo o chefe da Ferrari, a análise muda no dia seguinte. Nesse momento, a frustração dá lugar a uma abordagem mais racional e construtiva.

“Se você perguntar no dia seguinte o que ele quer fazer com a equipe, a postura é sempre a mesma. Ele quer melhorar”, afirmou.

Além disso, Vasseur destacou que essa mentalidade não depende do resultado obtido na pista. Mesmo após uma boa performance, o processo interno permanece inalterado.

“Mesmo vencendo, a abordagem é exatamente a mesma na segunda-feira. Durante a reunião, buscamos entender onde podemos evoluir”, completou.

Pressão é parte do DNA da F1

Vale lembrar que a Ferrari enfrenta um longo jejum de títulos. A última conquista ocorreu em 2008 no mundial de construtores. Desde então, a equipe segue tentando reencontrar o caminho das vitórias consistentes.

Nesse contexto, Vasseur avaliou que as palavras de Leclerc refletem a essência da F1. Para ele, a cobrança interna faz parte do processo de crescimento.

“Não importa se você termina em primeiro ou 10º. As reuniões na Alpine, Williams, Red Bull ou Ferrari são as mesmas”, disse.

Em seguida, o dirigente detalhou onde a equipe busca ganhos de desempenho.

“Trabalhamos para melhorar em todos os pilares. Motor, câmbio, aerodinâmica, acerto e simulador”, destacou.

Por fim, Vasseur citou exemplos claros do grid atual. Segundo ele, Max Verstappen e Lando Norris pressionam suas respectivas equipes ao limite. Portanto, essa postura representa exatamente o que se espera de uma equipe competitiva na F1.