Vantagem da Mercedes no Catar foi nas curvas, não nas retas

quarta-feira, 24 de novembro de 2021 às 14:29

Lewis Hamilton

A Mercedes revelou que não foi sua velocidade em reta que derrotou a Red Bull no Catar, mas sim nas curvas.

Lewis Hamilton foi dominante na primeira visita da Fórmula 1 ao Catar conquistando a pole e a vitória enquanto o rival Max Verstappen teve que se contentar com o P2.

Muito se falou sobre o motor ‘foguete’ de Hamilton, que fez uma estreia enfática em São Paulo, mas deu um descanso para o GP do Catar, e os dados de fato mostraram que a Mercedes e a Red Bull estavam bem parelhas em linha reta no Catar.

No entanto, a suspensão de dois estágios da Mercedes não foi acionada em razão das muitas curvas de alta, e foi justamente aí, um reduto tradicional da Red Bull, que ela foi derrubada no Circuito de Losail.

Questionado durante o debrief do GP do Catar da Mercedes por que o W12 foi tão forte, o diretor de engenharia da pista, Andrew Shovlin, disse: “Bem, se você pensar nisso em um sentido muito fundamental, você faz seu tempo de volta a partir de uma combinação das retas, onde os pilotos estão em aceleração total e, em seguida, o desempenho nas curvas.”

“Agora, em algumas pistas recentes, empatamos com a Red Bull nas curvas e extraímos um benefício nas retas. Mas no Catar acabou sendo o contrário. Estávamos parelhos em linha reta e encontrando todo o nosso tempo nas curvas.”

“Então, de onde vem esse tempo? Bem, realmente existem duas áreas. Um é o downforce que você pode colocar no carro e, claramente, nosso pacote estava funcionando muito bem lá, nos ajudando a gerar muita velocidade já no Apex das curvas.”

“Mas você também tem o equilíbrio do carro e isso é o que ajustamos com as configurações mecânicas, as molas e barras, e também a asa dianteira, podemos ajustar isso.”

“E para os nossos pilotos, eles tiveram um equilíbrio que os deixou muito felizes, eles tiveram estabilidade nas entradas, portanto eles podiam atacar a curva, carregar mais velocidade e no final das contas você viu a demonstração disso com aquela volta fantástica de Lewis para a pole position.”

“Mas, como eu disse, há muitos fatores, mas esta semana foi realmente tudo sobre o desempenho nas curvas que nos entregou aquele ritmo.”

O chefe da equipe da Mercedes, Toto Wolff, avisou que usarão o “motor agressivo” mais uma vez nas duas últimas corridas na Arábia Saudita e em Abu Dhabi, referindo-se àquele motor de combustão interna que Hamilton estreou no Brasil.

E Shovlin explicou que o motor estava parado no Catar, pois a Mercedes sentiu que seu benefício de potência seria mais eficaz nas duas últimas corridas, ambas em pistas sensíveis à potência.

“Não foi o motor que usamos no Brasil”, Shovlin confirmou quando questionado sobre qual motor Hamilton usou no Catar.

“Este era um motor mais antigo e tem um pouco menos de potência. Agora, por que fizemos isso no Catar? Bem, dos circuitos restantes, o Catar tem a menor quantidade de retas, a menor quantidade de aceleração plena e tem um monte de curvas.”

“Então, a vantagem de potência que você obtém desse motor no Catar é muito menor do que se você usá-lo nos dois circuitos restantes.”

“Tudo o que estamos fazendo é realmente tentar equilibrar a quilometragem dos motores ao longo dessas últimas corridas, e que quando chegarmos às duas últimas pistas, teremos absolutamente o máximo de poder que pudermos.”

Hamilton vai para o GP da Arábia Saudita, a penúltima corrida da temporada, com uma desvantagem de oito pontos para compensar Verstappen na liderança do campeonato de pilotos.

Enquanto isso, a Mercedes lidera a Red Bull no campeonato de construtores por apenas cinco pontos.

AS - www.autoracing.com.br

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