Uma F1 sem surpresa

quinta-feira, 29 de junho de 2023 às 12:58

Max Verstappen e Sergio Perez

Colaboração: Antonio Carlos Mello Cesar

Um bocado considerável do debate em relação a F1 vagueia entre questões subjetivas conforme visão, parcialidade, emoção afetiva de cada interlocutor. Muitos desaprovam estágio e rumo da categoria na atualidade, o espetáculo previsível, excesso tecnológico etc., críticas pertinentes outras nem tanto, algumas sem fundamento.

A F1 é o esporte mais coletivo do mundo 800 funcionários de competência variada trabalham na arquitetura e construção do carro. Durante as corridas 70 engenheiros, técnicos, mecânicos dão suporte ao piloto aprimorando desempenho e estratégia.

“Melhor carro e piloto genial” consórcio responsável pela conquista de campeonatos sugere uma pergunta: Qual o quinhão de cada um nessa sinergia? Resposta: 80% mérito do equipamento. Porém o baixo rodízio das escuderias no topo da hierarquia tem incomodado bastante, tanto hoje como no passado recente.

Segundo os conformistas a vida toda foi assim, equipes soberanas sempre existiram. Bobagem… Caso consideremos 2023 como fatura liquidada serão 14 anos onde apenas duas equipes consagraram campeões, RBR e Mercedes, isso não é comando e sim monopólio.

Regresse aos 14 anos anteriores a 2010 (1996/2009), apesar de intensa cognição da Ferrari 05 campeonatos para Schumacher e 01 de Kimi Raikkonen, sobraram 02 títulos de pilotos para Willians – Damon Hill e Villeneuve / 03 para McLaren – Mika Hakkinen (dois) e Hamilton / 02 para Renault – Alonso / 01 para a Brawn – Jason Button.

Por mais disparatado que possa parecer nos anos 70 os abandonos generalizados entre equipes grandes e pequenas produziam resultados surpreendentes, reviravolta no campeonato e deu origem a frase pleonástica: ‘Uma corrida só termina na bandeirada’.

Está patente à evolução da F1, uma engenharia eletrônica, mecânica capaz de tornar os carros muito seguros e quase imunes a quebras. Não há como retornar ao pretérito negando o presente. Disco de vinil, locadora de vídeo, telefone fixo, a TV branca e preta ficou lá atrás junto com as vitórias do Emerson.

A classe dirigente vem se esforçando para aprimorar o nível de competição. Medidas corretas como efeito solo, asa móvel, teto de gastos, peças padronizadas, diferente gama de pneus e a proibição dos testes particulares tem ajudado, contudo sem produzir a consequência desejada.

Hoje as provas de F1 definem os 08 primeiros colocados nas voltas iniciais e a TV, maior parte do tempo, acompanha os duelos por posições secundárias entre a turma do Tsunoda, Bottas, Alex Albon, Gasly, Piastri, Guanyu Zhou, Hulkenberg. No último giro as câmeras escoltam o sumido Verstappen até a linha de chegada. Realmente uma corrida só termina na bandeirada, todavia em sentido contrário ao significado pleno da velha máxima.

Antonio Carlos Mello Cesar
São Paulo – SP

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