Últimas novidades técnicas da F1 em Abu Dhabi

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014 às 21:03

Por: Lorenzo de Luca

Demorou, mas saiu a análise técnica da última corrida da temporada 2014 da F1, desta vez com alguns gráficos de toda a temporada!

A temporada terminou como começou, com a máquina da Mercedes dominando o grid. Isso não foi uma surpresa, já que a pista dos Emirados Árabes Unidos apresenta longas retas – interrompidas por chicanes lentas que ressaltavam as habilidades da UP106 de potência com bom consumo de combustível. A partir das voltas de abertura, ficou claro – que a Mercedes mais uma vez faria sua própria corrida – com apenas a Williams de Felipe Massa sendo capaz de marcar tempos de volta semelhantes.

Gráfico do ritmo de corrida: Clique na imagem para aumentá-la

Como podemos ver no gráfico acima, a Mercedes construiu uma enorme lacuna no primeiro stint com carga de combustível alta (em Abu Dhabi são necessários todos os 100 kg de combustível para terminar a corrida) e ambos os W05 foram capazes de andar dois segundos mais rápido que o resto do grid durante o primeiro stint. Isto tem se provado uma constante durante toda a temporada, afetado apenas pelos problemas de confiabilidade, como podemos ver no gráfico abaixo:

Diferença de ritmo de corrida da Mercedes: Clique na imagem para aumentá-la

Diferença média das equipes para o ritmo da Mercedes:

Mais da metade de um segundo de vantagem sobre a equipe mais rápida – Red Bull – que deixa pouca esperança para o próximo ano também, especialmente para equipes como Ferrari ou McLaren (embora neste caso a competitividade da Honda terá um papel-chave) que terão que tirar uma diferença de cerca de 1s frente à Mercedes.

A diferença fica ainda maior se olharmos para a classificação, quando os carros expressam o máximo de suas performances.

Diferença média em classificação durante toda a temporada:

Mesmo nas classificações a Red Bull confirma que eles são a segunda força no grid, com a Williams em terceiro seguida da Ferrari. Aqui a diferença na eficiência do sistema ERS e recuperação de energia é ainda maior, ampliando ainda mais a diferença entre as unidades de potência (UP).

Gráfico do setor 1: Clique na imagem para aumentá-la

Gráfico do setor 2: Clique na imagem para aumentá-la

Gráfico do setor 3: Clique na imagem para aumentá-la

Em Abu Dhabi as maiores diferenças foram evidentes no segundo e terceiro setores. Se no primeiro setor (relativamente curto), temos uma diferença média de apenas 0.3s, no segundo (duas longas retas) e no terceiro (sequência de curvas lentas) temos uma diferença média de 0.7s. É interessante notar como nos dois primeiros setores é a Williams que está muito perto da Mercedes, com destaque para um acerto de baixo arrasto, enquanto que no terceiro (e mais lento) setor é a Red Bull de Ricciardo que está muito perto de Mercedes, destacando as habilidades aerodinâmicas do RB10 e sua precisão dianteira.

Também vale a pena notar a grande diferença na velocidade máxima, com a Williams sendo de 10 a15 km\h mais rápida do que qualquer outra, com exceção apenas da Mclaren e de Kvyat (UP da Renault) sendo capazes de alcançar velocidades máximas semelhante.

Gráfico de velocidade máxima: Clique na imagem para aumentá-la

Falha no ERS de Rosberg causou de 2 a 3 segundos por volta

Sem iniciar uma discussão sobre quem entre Rosberg e Hamilton merecia mais o campeonato mundial, em Abu Dhabi o fracasso do ERS nos oferece a oportunidade de estimar o seu valor em tempo de volta. Na pista de Abu Dhabi a diferença foi de cerca de 2 a 3 segundos por volta. Se a perda mais óbvia é de potência (cerca de 160hp), também temos de ter em conta a forma como a sua falha afetou o sistema de frenagem, pois com a MGU-K não abrandando mais o virabrequim, o poder de frenagem ficou a cargo apenas das pastilhas e pinças de freios (menores na Mercedes na traseira – apenas 4 pistões contra 6 das outras equipes) comprometendo o equilíbrio do freio.

Ritmo de corrida de Rosberg vs Hamilton: Clique na imagem para aumentá-la

McLaren MP24/9 B

Foi anunciado que em Abu Dhabi a McLaren tinha trazido um enorme pacote de atualização aerodinâmica para começar a focar no projeto de 2015. Peter Prodromou, ex-engenheiro da Red Bull trouxe com ele todas as idéias que ele dividia com Newey, portanto não foi surpresa ver a nova asa dianteira ser uma cópia absoluta da atual asa dianteira do RB10.

Nova asa dianteira da McLaren:

Para melhor se adaptar a nova asa dianteira no carro, houve também a introdução de novas palhetas colocadas sob o chassis, o que, neste caso, foi num sentido totalmente diferente do projeto da Red Bull

Palhetas da McLaren:

 

AS - www.autoracing.com.br

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