Tsunoda na corda bamba: pressão máxima da Red Bull

quinta-feira, 3 de julho de 2025 às 13:45

Yuki Tsunoda

Tsunoda sob pressão intensa na Red Bull

Yuki Tsunoda enfrenta um momento decisivo em sua carreira na Fórmula 1. Após ser promovido à Red Bull, o piloto japonês marcou apenas sete pontos nas primeiras nove corridas da temporada — desempenho que está muito abaixo das expectativas. Como se não bastasse, ele já foi ultrapassado por Isack Hadjar e Liam Lawson, ambos da Racing Bulls, no campeonato de pilotos.

Consequentemente, a pressão aumentou. Embora seu contrato vá até o fim de 2025, seu lugar na equipe principal está longe de estar garantido. Agora, com o GP da Inglaterra se aproximando, ele precisa mostrar serviço imediatamente. Caso contrário, poderá ver sua permanência na categoria ameaçada.

Palmer se surpreende com a falta de explicação

Jolyon Palmer, ex-piloto de F1 e analista do site oficial da categoria, comentou que a situação de Tsunoda é mais complexa do que parece. Segundo Palmer, mesmo observando atentamente suas voltas de classificação, não há erros gritantes. Isso torna tudo ainda mais confuso.

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“Ele não está andando devagar nem perdendo tempo de forma visível nas curvas”, disse Palmer. “Na verdade, é até pior assim. Quando há erros concretos, você sabe onde atuar. Mas no caso dele, não há nada óbvio para corrigir.”

Ou seja, a ausência de erros claros dificulta o trabalho dos engenheiros e do próprio piloto, que não conseguem encontrar o motivo exato da falta de ritmo.

Ímola escancarou o momento frágil

O GP de Ímola foi um retrato fiel da atual fase de Tsunoda. Após uma sequência difícil de treinos, o japonês chegou à classificação decidido a atacar desde o início. Entretanto, ao forçar demais logo na primeira volta, passou sobre a zebra em alta velocidade e perdeu o controle. O resultado foi um acidente forte, que comprometeu totalmente sua posição de largada.

Esse tipo de erro revela um piloto que está tentando compensar no braço aquilo que os dados não explicam. Como o próprio Tsunoda afirmou, o carro tem escapado demais de traseira, o que exige uma pilotagem extremamente precisa. E em situações assim, forçar o limite pode resultar em acidentes — como o de Ímola.

Red Bull já enfrentou isso antes

Importante lembrar que Tsunoda não é o primeiro piloto da Red Bull a enfrentar esse tipo de problema. Na verdade, o comportamento traseiro instável do carro já derrubou nomes como Pierre Gasly e Alex Albon. Inclusive, Daniel Ricciardo viveu algo semelhante logo no início de 2018, quando teve dificuldades para adaptar seu estilo à nova filosofia aerodinâmica da equipe.

Portanto, não se trata apenas de falta de talento. O carro da Red Bull, especialmente com a traseira solta, exige uma tocada muito específica. E quando o piloto não encontra equilíbrio, as opções se tornam limitadas: ou se arrisca demais — como em Ímola — ou adota uma pilotagem conservadora, como aconteceu em Barcelona e na Áustria.

Solução exige equilíbrio fino

Segundo Palmer, a resposta não pode ser simplesmente aliviar o pé. Isso deixaria o carro lento demais, o que também é inaceitável no ambiente de alta performance da Red Bull. Assim, é essencial que Tsunoda e seus engenheiros encontrem uma configuração mais neutra, que não comprometa o ritmo de corrida.

“O carro é difícil de pilotar. Escapa demais de traseira. Em desespero por desempenho, é fácil forçar a barra e bater”, comentou Palmer. “Mas a alternativa também não serve: não dá para andar devagar, como vimos em Barcelona e na Áustria.”

Portanto, o desafio está em encontrar o ponto de equilíbrio ideal — algo que Tsunoda ainda não conseguiu atingir.

Tsunoda promete buscar soluções, mas tempo está acabando

Apesar do momento complicado, Tsunoda afirmou que continuará estudando os dados com seus engenheiros para tentar mudar o rumo da temporada. No entanto, como a história recente da Red Bull mostra, esse tipo de situação é muito difícil de reverter.

Em uma equipe onde o padrão é ditado por Max Verstappen, qualquer piloto precisa entregar desempenho rapidamente. Caso contrário, será substituído — e essa realidade já se mostrou implacável várias vezes. Por isso, o GP de Silverstone pode ser um divisor de águas para o futuro de Yuki Tsunoda na Fórmula 1.

AS - www.autoracing.com.br

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