Toto Wolff provoca com 400 km/h, mas pilotos questionam futuro da F1

domingo, 31 de agosto de 2025 às 8:10

Toto Wolff

Toto Wolff, chefe da equipe Mercedes, gerou debate em Zandvoort ao sugerir que os carros de 2026 da Fórmula 1 poderiam atingir 400 quilômetros por hora. O dirigente, contudo, rapidamente admitiu que o comentário foi feito com um sorriso, em meio a crescentes dúvidas sobre as novas regras.

“Parece bom, não é?”, disse Wolff. “Todos criticam esses motores, então tive que descobrir se existia algo positivo. Se você usar toda a energia em uma única reta, esses carros podem chegar a 400 km/h. Mas não sobraria muita energia elétrica para as outras curvas.”

Nos últimos meses, as preocupações aumentaram. Simulações das equipes mostram que os pilotos precisam aliviar o pé nas retas para recarregar as baterias, os tempos de volta caem e a dependência de asas móveis para equilibrar arrasto e downforce é grande.

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 Pilotos estão céticos sobre o novo regulamento

A maioria dos pilotos demonstrou pessimismo após testar as primeiras versões nos simuladores. Max Verstappen, conhecido por sua franqueza, escolheu suas palavras com cautela. “Não quero ser positivo ou negativo”, afirmou ele. “Tentei no simulador na semana passada, mas dá para mudar tanta coisa que não dá para tirar uma conclusão. A FIA já deixou claro que não permitirá isso (400 km/h), de qualquer forma.”

Charles Leclerc admitiu que o conceito em constante mudança torna difícil julgar. “Será estranho como alcançaremos essas velocidades, mas cada vez que simulo de novo, o conceito mudou bastante. No final, pode parecer mais normal do que eu pensava.”

Já Esteban Ocon confessou: “380 a 400 parece assustador. Não vou formar uma opinião até dirigir o carro no simulador.” Pierre Gasly, da Alpine, ridicularizou o otimismo de Wolff. “Não acredito em histórias, acredito no que vejo. Poderíamos fazer 400 se removermos a primeira chicane em Monza e mudarmos a caixa de câmbio, mas vamos ver. Se meu carro fizer 400, ficarei feliz!”

Frederic Vasseur, chefe da Ferrari, enfatizou que a preparação para 2026 já está em andamento. “Estamos fazendo muito esforço para filtrar o que podemos aproveitar”, disse ele à Auto Motor und Sport. “Suspensões, sistema de freios. É apenas na aerodinâmica que não dá para transferir nada.”

“Pode haver mudanças de carga ao alternar entre um modo de motor e outro. Não é por acaso que as equipes investiram em suspensões este ano. McLaren, Mercedes, nós. Tudo o que aprendemos pode se tornar uma vantagem.”

EB - www.autoracing.com.br

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