Toto Wolff defende Mattia Binotto: Pressão tremenda

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022 às 18:21

Mattia Binotto e Toto Wolff

Toto Wolff não ficou nem um pouco surpreso com a saída de Mattia Binotto da Ferrari. O austríaco já vinha percebendo há algum tempo que Binotto estava sob muita pressão e esperava que sua saída fosse uma questão de tempo. No podcast Beyond The Grid, Wolff defendeu o italiano.

“Acho que Mattia e eu tivemos nossos momentos, não é nenhum segredo ao longo desses anos”, afirma Wolff. “De certa forma nos reaproximamos em 2022 e ficamos numa posição muito melhor, mas sempre ficou claro que ele estava sob uma pressão tremenda. Sendo um chefe de equipe na Ferrari, é melhor você ter uma boa clausula sua saída no seu contrato.”

Wolff aponta para os muitos chefes de equipe que trabalharam na Ferrari nos últimos 15 anos. Stefano Domenicali, Marco Mattiacci e Maurizio Arrivabene foram todos afastados do cargo de chefe de equipe durante a era do motor turbo-híbrido V6.

Binotto, que assumiu o cargo de chefe de equipe em 2019, disse ele, até que durou muito tempo. “Agora o inevitável aconteceu, mas ele segurou isso por mais tempo do que eu pensava. Absolutamente.”

“Representando a Ferrari, você está representando o país inteiro. Eles montam em você e te derrubam com brutalidade. Como italiano ainda mais porque como estrangeiro você não lê as notícias. Como italiano você está claramente na linha de fogo o tempo inteiro.”

Binotto não ingressaria na Mercedes

Wolff disse que Binotto não ingressaria na Mercedes por causa da animosidade anterior entre ele e a equipe, mas acredita que pode ser do interesse de outras equipes, já que ele “entende muito a Fórmula 1 de dentro para fora”.

Quanto a quem poderia substituí-lo na Ferrari, Wolff disse que não conseguia entender por que a equipe não conseguiu encontrar um italiano com “poder e inteligência” para suportar as demandas específicas da empresa, chamando isso de “o trabalho mais emocionante da Itália”.

A Ferrari só teve chefes de equipe italianos desde que Jean Todt, que supervisionou o período de maior sucesso da história da Ferrari, saiu para dar lugar a Domenicali após a temporada de 2007.

O atual CEO da Sauber e chefe de equipe, Fred Vasseur, é amplamente apontado como o provável substituto de Binotto, com outros na F1, como o chefe da McLaren, Andreas Seidl, disse ter sido abordado pela Ferrari e rejeitado a oferta.

Wolff acha que o novo chefe de equipe da Ferrari precisará ter um bom entendimento da F1 e não trabalharia com uma pessoa de fora.

“É um nicho, onde o esporte, os regulamentos, o órgão regulador, o detentor dos direitos comerciais, os competidores, todos nós estamos basicamente trancados nesta gaiola de paddock”, disse Wolff.

“Você precisa ser politicamente astuto. É um ambiente muito especializado e de nicho e quanto mais você souber sobre o esporte, melhor será.”

“Mas você não quer ser um ‘cara de um truque só’. Você pode ser um bom gerente de corrida e não entender nada do que está acontecendo comercialmente no mundo.”

Wolff está comprometido em administrar a Mercedes e é dono de um terço das ações da equipe de F1.

No entanto, ele disse que estaria interessado na Ferrari, se o trabalho tivesse sido oferecido uma década antes.

“Todo mundo que diz que eu não estaria interessado em ser chefe de equipe da Ferrari simplesmente não diz a verdade”, disse Wolff.

“Tenho que me beliscar porque a Daimler me deu a oportunidade de me tornar chefe da equipe e acionista. É algo de que me sinto tremendamente orgulhoso.”

“Mas, igualmente, se a Ferrari tivesse virado a esquina e milagrosamente me oferecido tal posição, teria sido o mesmo.”

AS - www.autoracing.com.br

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