Tchau, 2020

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020 às 13:58

Lewis Hamilton

Por: Bruno Aleixo

Terminou a inacreditável e espetacular temporada de 2020 da Fórmula 1. Não que, tecnicamente, tenha sido um primor em termos de disputas e corridas de tirar o fôlego. Mas, certamente, 2020 deu à categoria a chance de provar porque ela é uma das organizações mais fantásticas do planeta, capaz de realizar 17 corridas em 13 países diferentes, em um ano destroçado por um vírus contagioso, que está matando pessoas e quebrando economias sem dó nem piedade.

De fato, olhando para trás, parece impossível pensar que em maio sequer sabíamos que os carros conseguiriam ir para a pista. Me lembro de quando entrevistamos Pedro Piquet, no Loucos por Automobilismo, e ele disse que a previsão era de que os campeonatos começassem em julho. Na hora pensei: “esse cara é maluco”. Eu estava errado, embora o adjetivo “maluco” sempre caia bem para definir um piloto.

E esse calendário feito às pressas em 2020 nos presenteou com novidades maravilhosas como Portimão, Mugello e o anel externo do Barhein. A nostalgia falou alto com as voltas de Nurburgring e Ímola, circuitos que não comportam mais a F1 atual, mas que foram úteis esse ano e cumpriram seu papel de forma decente (mais Nurburgring do que Ímola, é verdade). Infelizmente, o campeonato foi novamente fechado naquele shopping center de rico, chamado Abu Dhabi e a corrida foi o porre de sempre. Serviu apenas para consagrar Max Verstappen como um dos grandes nomes deste ano maluco.

Mas o dono do negócio todo foi mesmo Lewis Hamilton. Em 2020, além de ter atingido o auge técnico de pilotagem, Hamilton parece ter despertado para questões sociais sobre as quais ele se manifestava de forma bem tímida até então. Mas, antes tarde do que nunca. Hamilton é um negro reinando em um esporte dominado pela elite branca desde o seu surgimento e sua voz é fundamental neste momento. Racismo é a forma mais abjeta de discriminação no meio da sociedade. E, sobretudo, é crime. Quem se incomoda com as manifestações de Hamilton sobre um tema que, até pouco tempo, era inexistente na F1, precisa procurar entender melhor seu papel como ser humano. Preocupar-se mais com o problema e não com quem aponta o problema.

Falando de minha parte, agradeço a todos que estiveram comigo às segundas feiras neste espaço. Em um ano difícil, consegui também publicar pelo menos alguma coisinha, mesmo que fossem meras curiosidades, durante o tempo em que o automobilismo ficou parado. Agora, quem dá uma parada sou eu, mas volto no início do ano que vem.

Por último, só um recadinho: embora ainda exista quem ache que não, é bom lembrar que o vírus ainda existe e circula. Ele não vai embora porque cansamos dele. Então, amigos, vamos ter mais um pouco de paciência e continuar cuidando de nós mesmos. Evite sair e, se tiver que ir para a rua, use máscara e se mantenha distante dos outros. Alguns países já estão vacinando e o Brasil também vai chegar lá. Vamos nos manter alertas, para que possamos estar juntos de novo em 2021.

Abraços a todos, um ótimo fim de ano e nos encontraremos em breve!

Bruno Aleixo
São Paulo – SP

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