Szafnauer duvida que domingo seja sua despedida da F1

Otmar Szafnauer

Otmar Szafnauer acha que voltará ao paddock da Fórmula 1 eventualmente. O chefe da equipe Alpine, que foi contratado da Aston Martin para 2022, foi demitido pela equipe francesa dominada pelo caos – junto com Alan Permane e Pat Fry.

James Vowles, que contratou Fry para ser o chefe técnico da Williams, diz que ele na verdade não faz parte das reviravoltas atuais na Alpine, de propriedade da Renault.

“Está claro que eles estão com muita dor”, diz Vowles, chefe da Williams. “Eles estão com problemas e passando por uma fase de transição. A única coisa que posso acrescentar é que Pat não está envolvido na mudança pela qual eles estão passando agora. A decisão de Pat foi tomada há muitos meses”.

No entanto, a administração da Alpine e as reviravoltas acionárias estão em andamento há algum tempo – embora as demissões de Szafnauer e Permane tenham se tornado públicas na sexta-feira.

“É incomum”, declarou Szafnauer sobre a decisão da Alpine de tornar o fato público assim que seu último fim de semana com a equipe começou. “Mas farei o meu melhor. Há boas e más notícias. A boa notícia é que temos outra corrida aqui. A má notícia é que vai demorar um pouco até que eu possa fazer isso de novo”.

Parte de seu acordo de rescisão parece ser uma cláusula de não concorrência por pelo menos um ano. “Provavelmente não no próximo ano com outra equipe, não”, confirmou Szafnauer. “Mas também não acho que seja a última vez que nos falaremos”.

Ele confirmou a sugestão do chefe interino Bruno Famin na sexta-feira de que a alta administração, Szafnauer e Permane pareciam discordar sobre quanto tempo levaria para a Alpine chegar a uma posição vencedora.

“Acho que leva anos, mas alguns altos executivos acharam que poderia ser mais rápido”, explicou ele à Viaplay. “Mas quando você não está no mesmo comprimento de onda em termos de cronogramas, é melhor romper”.

No entanto, ele diz que as mudanças que fez agora serão sentidas pela equipe nos próximos anos. “Contratei algumas pessoas boas de outras equipes, mas elas ainda estão presas em seus contratos e não virão até 2024 ou 2025. Você não pode realmente impulsionar o desenvolvimento se as pessoas não estiverem lá”, comentou Szafnauer.

“Leva tempo para as pessoas virem e leva tempo para essas pessoas trabalharem juntas corretamente. Eu sempre digo ‘Você não pode engravidar nove mulheres e esperar ter um bebê em um mês’”, prosseguiu.

A lenda francesa da F1, Alain Prost, que foi demitido pela Renault assim que Szafnauer chegou no início do ano passado, atribui a culpa pelo caos a Laurent Rossi – que agora também foi afastado do cargo de CEO.

“Ele é um exemplo perfeito do efeito Dunning-Kruger”, declarou Prost ao jornal L’Equipe. “Um líder incapaz que acha que pode se esconder atrás da arrogância e da falta de humanidade com sua equipe”.

“Sua gestão quebrou o ímpeto que vinha sendo construído desde 2016 para alcançar vitórias”, criticou Prost. “Espero que esta decisão de substituir mais dois chefes seja um choque elétrico salutar para a equipe”.