Shovlin diz que solução está nas partes que “você não pode ver”

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022 às 21:19

Andrew Shovlin

O diretor de engenharia da Mercedes, Andrew Shovlin, disse que a equipe nunca concentrou muito esforço na solução do ‘zeropod’, pois não era isso que estava causando um grande défice de desempenho.

Ele destacou que a equipe sente que o melhor caminho para o sucesso na F1 é explorar suas próprias ideias do que simplesmente copiar os outros.

“A maior parte da engenharia, certamente do ponto de vista aerodinâmico, muito dela são as partes que você não pode ver sob o assoalho”, disse Shovlin. “É aí que muito trabalho foi e será feito.”

“O conceito do sidepod era algo com o qual tínhamos que nos comprometer de qualquer maneira durante o ano de forma realista. Mas se estivéssemos mais focados em apenas tentar encontrar uma solução rápida, poderíamos copiar, implementar e ver o que acontecia.”

Nada de copiar os outros

“No entanto, o objetivo para nós sempre foi tentar entender por nós mesmos e aprender e encontrar nosso próprio caminho, porque se você quer vencer, e quer ganhar corridas e campeonatos mundiais, você não chega lá copiando o desenho de todo mundo.”

“Todos os nossos outros carros tiveram características pioneiras neles, eles tiveram ideias inteligentes. Tentamos liderar com a tecnologia, então vamos continuar fazendo isso.”

Apesar de manter sua solução zeropod para 2022, a Mercedes ainda pode fazer uma mudança para o próximo ano, enquanto pondera repensar seu conceito de carro.

“O DNA do carro vai mudar no ano que vem, isso está claro. Isso não significa necessariamente que nossa carroceria terá uma aparência muito diferente (zeropod), mas certamente a arquitetura mudará.”

O design do sidepod da Red Bull não foi a única coisa que chamou a atenção este ano, porque foi a eficiência aerodinâmica de baixo arrasto da equipe – que ajudou a fornecer uma velocidade máxima impressionante – que deu uma grande vantagem ao longo da temporada.

Shovlin disse que a Mercedes, que sofria de alto arrasto, estava ciente da característica, mas não estava obcecada em simplesmente aumentar o potencial de velocidade em linha reta em 2023.

“Quando você tem um conjunto de regras completamente novo, é difícil saber para onde todos irão projetar”, explicou ele.

“O carro deles (Red Bull) parece ter menos arrasto se colocarmos as mesmas asas nele. No início do ano, tivemos que rodar com níveis muito altos de downforce, o que certamente não ajudou desse ponto de vista.”

“Mas se você olhar para o Brasil, não tínhamos o carro mais rápido de reta, mas conseguimos ultrapassá-los e conseguimos a dobradinha. Portanto, torná-lo rápido em linha reta não é nossa maior prioridade. E uma das mais rápidas em linha reta é sempre a Williams. Portanto, isso não define seu nível de desempenho.”

“Mas quando você está com o carro muito parecido, obviamente velocidade em reta é uma boa vantagem. Portanto, é algo que gostaríamos de corrigir. Só que a prioridade sempre será o desempenho básico do carro e colocá-lo no lugar certo.”

A Mercedes conseguiu resolver a maioria de seus problemas de quiques ao longo do ano, mas ainda encontrou alguns problemas no final da temporada.

Mais downforce, mais quiques

Shovlin diz que está ciente do retorno do problema, já que a equipe adicionou mais downforce ao carro durante o inverno, mas ele reconhece que as novas regras de borda do assoalho também ajudarão a superar alguns de seus problemas mais óbvios.

“Quanto mais você carrega downforce, mais você pode desencadear esses problemas”, disse ele. “Onde fizemos um progresso muito bom foi nas retas. Então, em Imola, Jeddah, Bahrain, todas aquelas primeiras corridas, o carro balançava demais em alta velocidade. E conseguimos lidar muito bem com isso.”

“Ainda houve problemas que tivemos quando o carro rolava em uma curva rápida e o assoalho tocava o asfalto. E isso pode causar um pouco de instabilidade. Mas as mudanças nas regras para o ano que vem vão ajudar nisso.”

“Fundamentalmente, porém, as regras não vão resolver o problema. Elas vão tornar as coisas um pouco mais fáceis para todas as equipes. Mas estamos esperançosos de que o trabalho que colocamos no aprendizado e na compreensão no início do ano nos ajude, pelo menos, a desenvolver uma boa linha de base no próximo ano.”

AS - www.autoracing.com.br

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