Sainz: 2025 provou que adaptação a uma nova equipe leva tempo

terça-feira, 23 de dezembro de 2025 às 10:28

Carlos Sainz

Carlos Sainz acredita que a recente onda de pilotos que trocaram de equipe na Fórmula 1 confirmou uma visão que ele defende há muito tempo.

Segundo o espanhol, a adaptação a um novo ambiente nunca acontece de forma imediata. Pelo contrário, exige tempo, paciência e quilometragem.

Atualmente piloto da Williams, Sainz soma 11 temporadas na categoria. Ao longo desse período, passou por Toro Rosso, Renault, McLaren, Ferrari e agora pela equipe de Grove. Portanto, poucos pilotos do grid conhecem tão bem os desafios de uma transição.

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Além disso, embora costume ajudar no desenvolvimento das estruturas que integra, ele sempre alertou para a curva de aprendizado inicial. Ainda assim, durante anos, muitos minimizaram esse argumento.

No entanto, com o intenso mercado de pilotos que antecedeu a temporada 2025, o cenário mudou. Agora, os exemplos se multiplicam no paddock.

Mudanças recentes reforçam o ponto de Sainz

Por um lado, Liam Lawson perdeu o segundo carro da Red Bull após apenas duas etapas. O neozelandês não conseguiu se adaptar ao RB21. Logo depois, Yuki Tsunoda assumiu a vaga. Porém, o japonês também encontrou dificuldades semelhantes.

Por outro lado, o caso mais emblemático envolve Lewis Hamilton. O heptacampeão substituiu Sainz na Ferrari. Contudo, seu primeiro ano na equipe italiana ficou muito abaixo das expectativas. Tanto a performance quanto os resultados decepcionaram ao longo de uma temporada difícil.

Diante disso, Sainz entende que sua posição ganhou força. “Sou um piloto que, felizmente ou infelizmente, teve de mudar de equipe muitas vezes”, afirmou ao F1.com.

Segundo ele, essa vivência moldou sua leitura sobre a F1 moderna. “Sempre fui muito claro sobre quanto tempo um piloto precisa para se adaptar a uma nova equipe, extrair os últimos décimos do carro e se sentir em sintonia com os engenheiros e com todo o grupo”.

No passado, porém, poucos concordavam. “Quando saí da Toro Rosso para a Renault, depois da Renault para a McLaren, todos diziam: ‘vocês são pilotos de F1, conseguem fazer isso'”.

Agora, o contexto é diferente. “Com tantas trocas recentes, todos perceberam que isso leva tempo. Até os melhores precisam se adaptar. Isso acabou provando meu ponto”.

O início difícil de Sainz na Williams

Naturalmente, Sainz também enfrentou dificuldades no começo de sua passagem pela Williams. Apesar de exibir velocidade em momentos pontuais, ele não conseguiu acompanhar Alex Albon na primeira metade do campeonato.

Até a pausa de verão, o espanhol somava apenas 16 pontos. Enquanto isso, seu companheiro de equipe já havia acumulado 54.

Entretanto, o panorama mudou de forma significativa na reta final. Após Albon iniciar bem a segunda parte do ano, Sainz reagiu com autoridade. Nas oito últimas etapas, ele marcou 48 pontos contra apenas três do tailandês.

Além disso, conquistou dois pódios em grandes prêmios e um em corrida curta. Dessa forma, transformou um início complicado em uma recuperação expressiva. Para Sainz, esse cenário representa o melhor resultado possível para um piloto recém-chegado.

“A realidade é que, com o nível de talento atual da F1, quando você enfrenta Alex Albon na Williams, Charles Leclerc na Ferrari ou Max Verstappen na Red Bull, eles conhecem o carro de cor”.

Consequentemente, atingir esse nível de imediato se torna extremamente difícil.

“No melhor dos casos, você consegue igualar e talvez melhorar um pouco. Porém, na maioria das situações quando chega a uma nova equipe, você fica um passo atrás em todos os treinos livres, nas classificações e também nos grandes prêmios”.

Assim, para Sainz, os acontecimentos recentes apenas reforçam uma verdade incômoda para muitos: na F1 atual, adaptação não é instantânea – nem mesmo para os maiores nomes do grid.

 

LS - www.autoracing.com.br

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