Russell critica previsibilidade na Fórmula 1 atual
terça-feira, 21 de outubro de 2025 às 9:23
Fórmula 1
George Russell afirmou que a atual era da Fórmula 1 se tornou cada vez mais previsível. Para o britânico, o resultado de uma corrida costuma ser decidido já na primeira curva, o que, segundo ele, deixa pouco espaço para disputas reais ao longo da prova.
O piloto da Mercedes, que largou em quarto e terminou em sexto no GP dos Estados Unidos, explicou que a corrida de Austin foi um retrato fiel desse problema.
“Antes mesmo da largada, eu já sentia que a posição após a primeira curva definiria o resultado – e infelizmente foi exatamente o que aconteceu”, declarou Russell.

“Hoje a F1 é Q3 e corrida até a curva 1”
Russell destacou que a combinação entre pouco desgaste dos pneus e a igualdade de performance entre os carros reduziu drasticamente as chances de ultrapassagem.
“Atualmente, a classificação e a primeira curva decidem tudo. Não há degradação. A diferença entre o carro mais rápido e o mais lento do top 6 é de apenas três décimos. Para ultrapassar, precisaríamos de pelo menos cinco”, explicou.
Além disso, ele reforçou que a ausência de variação estratégica tornou as provas previsíveis e menos empolgantes.
“Se eu tivesse feito a primeira curva em terceiro, teria subido ao pódio. Como saí em sexto, terminei em sexto. Simples assim. E sinceramente, nem lembro da última corrida com duas paradas”, afirmou.
Segundo Russell, essa falta de alternativas “está sugando a vida das corridas”.
Russell pede pneus mais desafiadores para mudar o jogo
Na visão do britânico, a Pirelli tem papel central nessa situação. Ele acredita que os compostos atuais são duráveis demais e não permitem que os pilotos forcem o ritmo.
“Precisamos de pneus que nos deixem atacar, mas que percam rendimento após 15 voltas. Assim, teríamos duas ou três paradas e mais variação tática”, explicou.
Em seguida, Russell detalhou o cenário ideal: “Os macios deveriam durar cerca de 12 voltas, os médios 15 e os duros 20 antes de perderem desempenho de forma brusca”.
Contudo, ele reconheceu que a Pirelli enfrenta um dilema difícil.
“Se os pneus desgastam demais, dizem que os pilotos não conseguem forçar. Se duram demais, as corridas ficam entediantes. É complicado equilibrar isso”, completou.
Norris e Alonso veem esperança nas mudanças de 2026
Lando Norris, da McLaren, concordou com a análise de Russell e acrescentou que a dificuldade para ultrapassar afeta todos os pilotos.
“Tive muita dificuldade para passar Charles Leclerc. Não sei se o novo regulamento de 2026 vai resolver o problema, mas espero que sim”, afirmou o britânico.
Norris acredita que o novo pacote técnico pode tornar as corridas mais dinâmicas.
“Com menos downforce e mais velocidade nas retas, o espetáculo deve melhorar. Os carros talvez fiquem mais lentos nas curvas, mas o público verá mais disputas e estratégias diferentes”, avaliou.
Fernando Alonso, da Aston Martin, também demonstrou otimismo, ainda que com certa cautela.
“Mudanças de regulamento sempre tentam deixar as corridas mais emocionantes e aumentar as ultrapassagens. Às vezes funcionam, outras não”, ponderou o bicampeão.
Por fim, o espanhol destacou que a gestão de energia deve se tornar o novo diferencial.
“Se houver mais ultrapassagens, será graças à forma como os pilotos administram a energia, não apenas por causa do tamanho dos carros. Espero que o resultado seja mais divertido para os fãs”, concluiu.
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