Russell: Andar atrás de Norris e Albon foi “difícil de digerir”

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023 às 10:25

Lando Norris, Alex Albon e George Russell

George Russell admite que terminar todas as corridas longe de Lando Norris e Alex Albon no começo de sua carreira na Fórmula 1 foi “difícil de digerir”.

Os três pilotos estrearam na temporada 2019 depois de lutar entre si na Fórmula 2, com Russell tendo vencido o campeonato da categoria em 2018.

Entretanto, ele se viu no fundo do pelotão com a Williams na F1, enquanto Norris e Albon pontuavam regularmente com a McLaren e Toro Rosso/Red Bull, respectivamente.

“Aquela foi realmente uma temporada única para meu primeiro ano na F1 – me juntando à Williams, uma equipe que estava à beira da falência”, disse Russell no podcast The High Performance.

“Era uma equipe que estava correndo para sobreviver a cada fim de semana. Ela não estava visando a performance, estava tentando sobreviver com os empregos de 800 pessoas em jogo”.

“Não havia dúvida. Quando eu cheguei à primeira corrida na Austrália, pensei ‘estou aqui na F1, quase um sonho realizado’, mas entrei na pista e nós fomos quatro segundos mais lentos”.

“O carro estava caindo aos pedaços e nós tomamos duas ou três voltas – você começa a se perguntar, este é o sonho? Porém, acho que eu sempre tive uma visão racional das coisas”.

“Ver Alex conseguindo pódios na Red Bull e sendo o cara até certo ponto, com Lando também sempre nos pontos foi um pouco difícil de digerir porque eu havia acabado de batê-los na F2”.

Quando lhe perguntaram como lidou com isso, Russell explicou que pôde enxergar uma oportunidade que não estava prontamente disponível para Norris e Albon.

“Eu pensei que, apesar de eles estarem chegando nos pontos e subindo ao pódio, eu não estou aqui para conseguir pontos ou pódios, estou aqui para vencer e quero vencer”, continuou o britânico.

“Eles estavam terminando à minha frente, mas todos nós estamos aprendendo juntos nesta jornada. Eu fazia parte da Mercedes e sentia que meu momento chegaria”.

“Portanto, creio que você precisa tentar olhar o lado positivo de uma situação difícil. Eu estava andando no fundo do grid, de certo modo sem chamar a atenção”.

“Eu cometi alguns erros naquela temporada, mas poucas pessoas notaram porque eu não estava em evidência. A atenção estava nos pilotos da frente, assim como em Lando e Alex. Se eles cometessem algum erro, o mundo inteiro saberia, então eu vi isso como uma oportunidade”.

“Eu estou na F1, viajando para 21 países, corridas e circuitos diferentes. Esta é minha oportunidade de aprender e talvez tentar coisas que talvez Alex e Lando não possam porque o foco está neles a cada fim de semana”.

Após três anos na Williams, Russell foi para a Mercedes em 2022 e conquistou sua primeira vitória na F1 no GP de São Paulo. Ele acredita que andar na frente e no fundo do pelotão foi uma experiência benéfica que alguns de seus rivais não tiveram.

“Eu nunca quero olhar para trás e dizer que as coisas deveriam ter sido diferentes. Acho que cada oportunidade e cada ano, seja ele bom ou ruim, contribuiu para o meu desenvolvimento e me tornou quem eu sou”.

“Se eu estivesse na Mercedes lutando por vitórias, não teria aquelas experiências, e nesse aspecto, eu provavelmente enfrentei situações mais difíceis do que Alex ou Lando”.

“Lando já está na McLaren há cinco anos. Ele está lutando por pódios ou pole positions ocasionais há cinco anos, enquanto eu passei por todos os extremos do espectro, e você tem de ver isso como uma vantagem”.

“Ele não esteve no fundo do grid e também não andou na frente com a McLaren. Não é culpa dele, Lando é um piloto excepcional. Porém, é uma vantagem que eu precisei tirar disso”.

 

LS - www.autoracing.com.br

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