Rocquelin: Verstappen tecnicamente mais fraco que Vettel

Guillaume Rocquelin e Max Verstappen

É raro Max Verstappen ser o segundo melhor em qualquer coisa na F1, mas de acordo com o ex-chefe de engenharia de corrida da Red Bull, ele não é o piloto “mais completo” a correr nos Touros. Esse prêmio, segundo Guillaume Rocquelin, vai para Sebastian Vettel, que conquistou quatro títulos mundiais entre 2010 e 2013. Rocquelin também disse que Verstappen é “fraco tecnicamente”.

Max Verstappen era um piloto menos completo do que Sebastian Vettel ao chegar à F1, de acordo com Guillaume Rocquelin.

Em uma admissão franca, Rocquelin também disse que Verstappen, que conquistou seu segundo título mundial recentemente, se compara desfavoravelmente em nível técnico a outros pilotos que passaram pela Red Bull e “ainda tem muito progresso a fazer”.

Dito isso, Rocquelin – que ocupou o cargo de chefe de engenharia de corrida entre 2015 e 2022 – elogiou Verstappen por ser “um líder” e amadurecer este ano para dominar o resto do pelotão da F1, vencendo um recorde de 14 corridas e podendo chegar a 16.

Em discussão com o Podcast ‘Les Fous du Volant’ da Eurosport France, Rocquelin disse: “Sebastian era um piloto mais completo do que Max quando chegou conosco. A nível profissional, técnica, mediação… era da ‘escola’ de Michael Schumacher, que era seu ídolo.”

“Ele fazia muitas perguntas, tomava muitas notas e quando chegou, era muito minucioso. Não é por acaso que conquistou vários títulos. Ele estava mais preparado tecnicamente, mentalmente.”

“Acho que Max talvez tivesse mais talento natural, era nisso que ele mais confiava. Mas Sebastian era o mais completo.”

“Max sempre foi um líder. Ele tem uma autoconfiança enorme, sabe o que quer e é muito direto.”

“Mas vou ser honesto, Max é tecnicamente fraco em comparação com outros pilotos com quem trabalhamos. Acho que ele ainda tem bastante progresso a fazer.”

“Ele é um líder por sua atitude, seus resultados. Mas acho que ele pode melhorar muito do ponto de vista técnico e na forma de desenvolver o carro.”

Rocquelin explicou como sentiu que Verstappen cresceu em 2022

“O que mais me impressionou foi que ele perdeu um pouco aquela ‘fome desesperada’ que tinha no ano passado”, disse Rocquelin.

“Ele amadureceu. Ganhou consistência. Ganhar o campeonato lhe deu muita confiança e agora ele pilota de uma maneira diferente.”

“Não podemos necessariamente falar de um único gatilho. É algo progressivo, foram várias etapas.”

“Ele começou na F1 muito jovem, com grande ambição e talvez não com a maturidade necessária. Ele também começou na Toro Rosso, que talvez tivesse menos estatura e experiência. Então as etapas começaram quando ele chegou à Red Bull.”

“A Red Bull é uma equipe muito confiante, tem um ótimo histórico, então ele estava muito mais perto de seu objetivo. Ganhou uma corrida imediatamente conosco, o que lhe permitiu dar um passo à frente. Aos poucos, ele ganhou mais corridas e desenvolveu laços com seus engenheiros .”

Verstappen, buscando continuar em forma no GP do Brasil deste fim de semana, parece estabelecer uma era de domínio na F1, desde que sua equipe Red Bull possa ficar à frente dos outros no quesito engenharia.

Mas Rocquelin, agora chefe da academia de pilotos da Red Bull, disse que a chegada do holandês realmente aconteceu em 2016, quando ele venceu sua primeira corrida com apenas 18 anos.

“Ele sempre teve talento”, disse Rocquelin. “Dizer que estamos começando uma era porque ele está começando a ganhar títulos não é necessariamente correto. Começou quando ele venceu sua primeira corrida conosco.”

“E há também a grande qualidade do carro, esperamos continuar conquistando títulos. Cabe a nós fazer um carro que corresponda ao seu talento.”