Relembre o GP do Brasil de 2003 21/10/04

segunda-feira, 22 de novembro de 2010 às 22:22
Giancarlo Fisichella

Uma corrida maluca, onde todos souberam do vencedor apenas na sexta-feira da semana seguinte à corrida. Isso foi o que melhor definiu o Grande Premio do Brasil de 2003, que foi a terceira prova daquele mundial. Na ocasião, Kimi Raikkonen chegava à Interlagos na condição de líder da temporada, com David Coulthard na segunda colocação e três pilotos dividindo o terceiro lugar, Rubens Barrichello, Fernando Alonso e Michael Schumacher.

Nos treinos de classificação, Rubens Barrichello levantou a galera em Interlagos e conquistou a pole position, seguido de David Coulthard. Mark Webber surpreendeu com a Jaguar e conquistou o terceiro tempo, seguido de Raikkonen. A terceira fila ficou com Jarno Trulli (Renault) e Ralf Schumacher (Williams). O então pentacampeão mundial, Michael Schumacher largava em sétimo acompanhado de Giancarlo Fisichella com a Jordan, que fez um belo treino de classificação e garantiu a oitava posição. Antonio Pizzonia (Jaguar) e Cristiano da Matta (Toyota) formaram a nona fila.

O domingo amanheceu chuvoso em São Paulo e durante a manhã do dia 6 de abril a intensidade da chuva variava, às vezes mais forte e às vezes mais fraca, despertando a preocupação dos engenheiros e chefes de equipe sobre que compostos usarem. Pouco antes da largada surgiu a discussão sobre a segurança do traçado naquelas condições e ficou acertado que a largada seria dada com o safety car na pista, apos um adiamento de 15 minutos.

Com nove voltas completadas a pista foi liberada e na largada Coulthard tomou a ponta de Rubinho, na volta seguinte, Raikkonen e Montoya também dobraram o brasileiro. Nesta altura da prova o piloto que ninguém imaginaria que pudesse ser vencedor da corrida, Giancarlo Fisichella, estava na penúltima posição e por pouco não teve sua prova abreviada, já que a suspensão dianteira direita do carro de seu companheiro de equipe, Ralph Firman, desintegrou-se no meio da reta, atingindo a Toyota de Olivier Panis no “S” do Senna na volta 19, provocando um novo acionamento do safety car.

Dez pilotos foram aos boxes fazer paradas e na volta 23 a prova foi reiniciada. Quatro passagens mais tarde, Interlagos foi à loucura com o primeiro abandono de Schumacher em 34 corridas do mundial de Fórmula 1. O alemão perdeu o controle de seu Ferrari na Curva do Sol, que naquele dia estava bastante alagada e acabou indo bater no muro. Graças ao choque, o safety car volta à pista e Raikkonen vai aos boxes. Neste meio tempo, Antonio Pizzonia e Juan Pablo Montoya acabaram ficando na mesma curva. Na volta 30, a prova foi reiniciada e Raikkonen passa por Jos Verstappen (Minardi) e Fisichella. Três passagens mais tarde é a vez de Jenson Button rodar na mesma curva e abandonar a corrida, como a batida foi na mesma Curva do Sol, novo acionamento do carro de segurança. Interlagos já se animava com a expectativa de ver pela primeira vez uma vitória de Barrichello no Brasil. Na volta 37 a corrida é reiniciada e Rubinho desconta a diferença para Coulthard, o então líder. Na 45ª passagem, Rubens supera o escocês no “S” do Senna e assume a liderança para delírio da torcida em Interlagos. Porém, a decepção apareceu duas voltas depois, com a pane seca na Ferrari número 2.

A prova caminhava rumo ao seu final e ninguém em Interlagos imaginava que ela teria seu fim antecipado. Na 52ª volta, Coulthard vai ao box fazer mais uma parada e ao mesmo tempo, Fisichella aproveitava a boa condição de seus pneus para superar seus rivais. Na volta 54, no mergulho para a Junção o italiano superou o finlandês Kimi Raikkonen e assumiu a liderança da corrida. Na 55ª passagem, Mark Webber rodou e destruiu seu Jaguar. Neste instante a bandeira amarela havia sido acionada, Fisichella e Raikkonen passaram sem problemas pelos destroços, com o finlandês indo para o box fazer seu pit, só que o terceiro colocado Fernando Alonso bateu com tudo em um pneu de Webber e bateu em seguida no muro. Fisichella havia aberto a volta, e pouco depois a corrida foi suspensa, só que a direção de prova havia dado uma interpretação diferente ao regulamento e indicou Kimi como o vencedor da corrida. A Jordan chegou a fazer festa, mas viu Raikkonen fazer festa no pódio. Porém, a FIA recebeu na semana indícios que mostravam o italiano abrindo a volta 56, o que daria a vitória a Fisichella e ela foi confirmada na sexta-feira, dia 11 de abril e o troféu chegou às suas mãos na outra sexta-feira, dia 18, primeiro dia de treinos livres do GP de San Marino.

Confira a classificação do GP do Brasil:

1) Giancarlo Fisichella (ITA/Jordan-Ford/B)
2) Kimi Raikkonen (FIN/McLaren-Mercedes/M)
3) Fernando Alonso (ESP/Renault/M)
4) David Coulthard (ESC/McLaren-Mercedes/M)
5) Heinz-Harald Frentzen (ALE/Sauber-Petronas/B)
6) Jacques Villeneuve (CAN/BAR-Honda/B)
7) Ralf Schumacher (ALE/Williams-BMW/M)
8) Jarno Trulli (ITA/Renault/M)
9) Mark Webber (AUS/Jaguar-Cosworth/M)
10) Cristiano da Matta (BRA/Toyota/M)

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