A que se deveu o ressurgimento do RB21?

Max Verstappen – GP dos EUA

O ressurgimento da Red Bull na segunda metade da temporada de Fórmula 1 de 2025 chamou atenção de todos. Quando parecia que a McLaren tinha controle total do campeonato, Max Verstappen e a equipe reagiram com um desempenho surpreendente. Três vitórias nas últimas quatro corridas, somadas à Sprint do GP dos EUA, transformaram a aparente estagnação em uma disputa renovada pelo título, mesmo em circuitos com características muito diferentes.

Consistência do RB21 em todos os circuitos

O RB21 passou a apresentar equilíbrio tanto nas retas de Monza quanto nas curvas de 90 graus em Baku, além das ondulações de Austin. Segundo a Total Motorsport, a chave desse progresso está na forma como a Red Bull gerencia a altura do carro em relação ao solo. Laurent Mekies descreveu o avanço como “espetacular”, enquanto Verstappen ressaltou que a equipe adotou uma “filosofia diferente”. Em Monza, o carro recebeu um novo assoalho, seguido por atualização da asa dianteira em Singapura. Desde então, Verstappen não saiu mais do pódio. Mekies reforça que o progresso não vem de uma única atualização, mas de uma abordagem integrada de acerto, feedback e operação em diversas condições.

Filosofia de otimização do carro

Verstappen destacou que o assoalho de Monza não funcionou isoladamente. “É uma questão de filosofia diferente”, disse, explicando que o foco mudou para preparar e otimizar o RB21 de forma mais eficiente. Assim, a equipe explora melhor o limite aerodinâmico, reduzindo a altura do solo sem comprometer confiabilidade ou consistência. Durante o GP dos EUA, Andrea Stella, chefe da McLaren, comentou que a Red Bull provavelmente corrigiu problemas aerodinâmicos e testou limites de altura com precisão. Por isso, a equipe entendeu que essa geração de carros exige ajustes finos entre suspensão, solo e downforce para extrair o máximo desempenho.

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Entendendo o efeito solo

O regulamento de efeito solo obriga os carros a operarem próximos ao solo para maximizar downforce. Mais de 60% da carga aerodinâmica vem do fluxo de ar sob o assoalho. Entretanto, o desgaste excessivo da prancha inferior pode levar à desclassificação. A Red Bull gerenciou esse desgaste de forma detalhada e estratégica, permitindo usar o carro mais baixo sem infringir regras. Inaki Rueda, da Sauber, explicou que deslocar o ponto de maior desgaste mais à frente permite abaixar mais o carro. Tradicionalmente, o desgaste ocorre na traseira, mas ao movê-lo, a Red Bull aumentou estabilidade e performance, com o “efeito colateral” sendo uma traseira mais solta, o que combina com a tocada de Verstappen.

Trabalho em equipe e o segredo de Marko

Quando questionado sobre se o segredo está na altura do solo, Helmut Marko disse: “Não está errado”, indicando que o novo assoalho só funcionou plenamente porque a equipe entendeu melhor o comportamento do carro. O Autoracing mostrou aos confrades do Canal VIP no Telegram como o RB21 de Verstappen batia com força e consistentemente no asfalto em Austin, comparado à Ferrari de Leclerc.

Abaixo uma imagem comparando a altura da McLaren de Norris e o Red Bull de Verstappen

Crédito: GPBlog

Laurent Mekies ressaltou o esforço coletivo: “Não há um único elemento. Cada detalhe mecânico ou aerodinâmico contribuiu. Essa análise minuciosa permitiu explorar todo o potencial do carro.” Dessa forma, ajustes finos, filosofia revisada e hardware aprimorado explicam o retorno do RB21 ao topo.

Red Bull de volta à disputa pelo título

Ainda não está claro se o ressurgimento da Red Bull será suficiente para superar a McLaren no campeonato. No entanto, a confiança e o domínio técnico de Verstappen foram restaurados. O renascimento do RB21 não se deve a uma inovação radical, mas ao domínio de detalhes que outros ignoraram. Em uma temporada agora mais equilibrada, essa atenção minuciosa pode decidir entre o título e a frustração.