Red Bull lidera movimento para aumento do teto orçamentário este ano

terça-feira, 24 de maio de 2022 às 14:25

Christian Horner

A Red Bull, através de Christian Horner, está liderando um movimento de algumas equipes para se aumentar o teto de gastos ainda este ano por causa da inflação média da Europa que já está em 6%.

O teto orçamentário para a temporada de 2022 é de US$ 140 milhões, e isso deve ser dividido entre desenvolvimento do carro, reparo de danos de acidentes, transporte de carga, salários (menos dos pilotos e três executivos de cada equipe), entre outras despesas.

“Precisamos que a FIA resolva a questão inflacionária, porque acho que provavelmente cerca de sete das equipes precisarão perder as últimas quatro corridas para chegar ao limite este ano,” disse ele.

“E não se trata apenas das grandes equipes agora, são as equipes no meio do pelotão que estão realmente lutando com a taxa inflacionária que estamos vendo e isso pode até piorar no segundo semestre do ano.”

Há movimentos em andamento para que haja um aumento no limite de custos, mas isso exigiria que a chamada “super maioria” fosse aprovada. Isso significa que 8 das 10 equipes teriam que apoiar a proposta – e não há esse apoio atualmente, embora a maioria das equipes seja a favor.

A sugestão de Horner de sete equipes perderem quatro corridas para não estourarem o teto orçamentário pode ser um pouco exagerada, mas reflete uma realidade enfrentada pelas equipes que operam com o limite de custos este ano. Com o aumento dos custos, isso significa que os cortes precisam ser feitos em outros lugares – e algumas equipes até sugeriram que isso poderia levar à perda de empregos.

Mercedes, Aston Martin e Ferrari também são a favor de uma mudança no teto orçamentário. O mesmo acontece com a McLaren, apesar de ter sido uma forte defensora da introdução do limite, sua redução de um valor básico de US$ 175 milhões para US$ 145 milhões quando a pandemia do COVID-19 atingiu dois anos atrás e resistindo à pressão para que ele fosse aumentado.

O chefe da equipe da McLaren, Andreas Seidl, sugeriu que agora é “impossível” manter o limite, considerando as condições econômicas predominantes.

“Está claro para nós: manter o limite de custos é uma necessidade absoluta para o esporte e não é nenhum segredo que estávamos nos esforçando bastante para apresentá-lo e força-lo para os números que temos agora”, disse Seidl quando perguntado pelo The Race.

“Basta olhar para nossas contas de serviços públicos e o aumento inacreditável dos custos de frete. Deve ser possível ter uma discussão com todas as equipes junto com a FIA para encontrar soluções justas.”

“Estamos no meio da temporada agora, todos se prepararam para correr no limite, mas durante essas circunstâncias excepcionais com altas nos preços de tudo, é impossível ainda manter esse limite.”

“É por isso que acho justo discutir as soluções entre todas as equipes. Isso significa que, do nosso ponto de vista, é justo aumentar o limite, talvez ligado a esses custos específicos que aumentaram.”

A equipe Alpine, entretanto, não é a favor de um aumento no teto orçamentário.

“Não somos a favor disso”, disse Szafnauer.

“Nós montamos nossos orçamentos cedo. Antecipamos que haveria inflação. Se você olhar para trás na inflação de dezembro, o RPI [índice de preços no varejo] já estava em 7% e a maioria das equipes faz seus orçamentos entre novembro e dezembro para o ano seguinte.”

“Então para nós não foi uma surpresa, nós planejamos nosso orçamento já prevendo uma taxa de inflação muito maior do que estamos acostumados. Ainda estamos abaixo do limite, embora não tenhamos planejado um custo de frete tão alto quanto o que estamos enfrentando agora. E se podemos fazê-lo, com certeza outros também podem fazê-lo.”

AS - www.autoracing.com.br

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