Red Bull frustrada por ter de “adivinhar” decisão da FIA

Charles Leclerc, Max Verstappen e George Russell

Christian Horner, chefe da Red Bull, pediu discussões após ter de “adivinhar” uma possível decisão da FIA que foi essencial para o furor em torno de Max Verstappen no GP da Espanha.

Verstappen ficou furioso ao ser instruído pela equipe a devolver uma posição a George Russell depois da relargada em Barcelona.

O tetracampeão mundial já estava irritado por ter recebido pneus duros no pit stop durante o safety car, enquanto todos os seus rivais estavam com macios.

Verstappen foi um alvo fácil quando a prova recomeçou. Após ser tocado por Charles Leclerc na reta principal, o holandês foi imediatamente atacado por Russell na curva 1.

É discutível se Russell tinha controle total na curva, mas Verstappen foi forçado a ir para a área de escape e retornou ao circuito à frente do britânico.

Ciente do que aconteceu no GP da Arábia Saudita, quando Verstappen recebeu uma punição de 10 segundos por não devolver a posição para Lando Norris, a Red Bull rapidamente ordenou que ele deixasse Russell passar.

O incidente com Russell que ocorreu logo depois rendeu a Verstappen uma penalização de 10 segundos por causar uma colisão.

Explicando o pensamento da Red Bull, Horner disse à mídia: “Ele estava obviamente chateado porque primeiro Leclerc o atacou na reta e depois George na curva 1”.

“Do jeito que é esse regulamento, o que importa é onde está o eixo dianteiro. Os pilotos conhecem as regras e as seguem. Agora, a questão é: George estava sob controle naquele momento? Ele teria conseguido fazer a curva? Foi 50-50. Parecia que sim”.

“Vimos muitas ocasiões este ano em que foram aplicadas punições. Vimos que foi notado, foi para os comissários, e a próxima coisa é que você espera ser punido. Por isso, nós pensamos: ‘Ok, vamos precisar devolver a posição'”.

Ironicamente, os comissários determinaram que Russell não tinha direito à curva e não haveria penalidade.

“É aí que seria legal o diretor de prova dizer: ‘Continue’, ou ‘Você precisa devolver (a posição)'”, comentou Horner.

“Acho muito difícil para a equipe, subjetivamente, tentar tomar essa decisão porque você está se baseando em precedentes históricos. Está analisando o que tem pela frente e tentando antecipar o que os comissários e o diretor da prova estão pensando”.

“Nesse caso, seria benéfico para as equipes que o diretor de prova tomasse essa decisão e dissesse: ‘Ou você devolve ou será penalizado’ ao invés de tentar adivinhar o que os comissários farão”.

Horner afirmou que não há retorno do diretor de prova Rui Marques quando se pedem esclarecimentos. “Você não recebe nada”, disse ele. “Faz a pergunta, mas não tem nenhuma resposta”.

Ao ser questionado se isso é algo que precisa ser discutido com Marques, Horner respondeu: “É uma coisa que deveria ser discutida no Comitê de Consultoria Esportiva”.