Red Bull ameaça protestar contra a asa traseira da Mercedes

Toto Wolff e Christian Horner

Christian Horner, chefe da Red Bull, alertou a Mercedes sobre um possível protesto contra a legalidade de sua asa traseira.

As preocupações da Red Bull com o componente da Mercedes aumentaram durante o GP de São Paulo, quando o chefe técnico Adrian Newey e o engenheiro chefe Paul Monaghan conversaram com a FIA sobre a legalidade da asa traseira.

Max Verstappen foi visto inspecionando a asa traseira de Lewis Hamilton após a classificação em Interlagos, o que lhe rendeu uma multa da FIA por violar os protocolos de parque fechado.

No entanto, parece que o holandês e sua equipe encontraram evidências sugerindo que a asa flexiona de uma maneira que reduz o efeito do arrasto sob carga em velocidade máxima.

Ao ser questionado se protestaria contra a asa se a equipe acreditasse que o W12 está fora do regulamento, Horner respondeu: “Sim, com certeza”.

“Se nós acreditamos que o carro não está dentro das regras, vamos protestar porque acho que todos puderam ver que a velocidade nas retas que vimos no Brasil não foi uma situação normal”.

“Sim, um motor novo rende um aumento de performance para a Mercedes, mas quando você vè uma diferença de 27 km/h e as marcas de testemunhas que vêm marcando as asas que flexionam, fica muito claro para nós o que está acontecendo”.

“É claro, é por isso que eu digo que cabe à FIA garantir que os carros estejam dentro das regras, mas nós protestamos se acreditamos que um competidor não está cumprindo o regulamento”.

Quando lhe perguntaram se a Red Bull está perto de tomar uma decisão em relação ao protesto, Horner comentou: “Nós vamos acompanhar a situação e dependerá do que acontece neste fim de semana e da análise que conduzirmos. Não é só aqui porque as retas são ainda mais pertinentes nos dois circuitos que vêm pela frente”.

“Como competidores, nós sabemos que eles vêm prestando atenção em nossos carros ao longo da temporada. Obviamente, estamos fazendo o mesmo. Há muito em jogo e nós queremos garantir que a competição seja justa”.

Em resposta, Toto Wolff, chefe da Mercedes, negou categoricamente qualquer ilegalidade na asa traseira da equipe, mas admitiu que compreenderia um protesto se a Red Bull tiver dúvidas.

“Acho que eu sempre disse que é como você luta”, declarou Wolff. “Você tenta evitar que um competidor tenha vantagem. Se há um ceticismo porque alguém lhe disse algo e você suspeita que é a causa principal, você protesta”.

“Nós dissemos que esta asa em particular foi analisada 14 vezes. A FIA possui todos os desenhos dela. Não há coisas que a Red Bull espera que existam, então nós ficamos felizes em enviá-la para análise. Podemos enviar uma para você em Milton Keynes”.

“Eu creio que ninguém apareceria em uma pista com um motor ou uma asa traseira ilegais. O mundo é transparente demais para isso, seria loucura tomar decisões ilegais em uma equipe com tanta visibilidade”.

Quando Horner lhe pediu para explicar as marcas de testemunhas na asa traseira, Wolff respondeu: “Está dentro do que é permitido, e isso é legal”.