Quatro razões para Felipe Massa se dar bem em 2012

Apesar de boa parte da torcida brasileira estar desconfiada que este será o último ano de Felipe Massa na Ferrari, eu acho que 2012 será muito melhor para o nosso principal representante na Formula 1. Por que? Veja as razões:

1. Run Felipe, run! Felipe sabe melhor do que ninguém que sua performance em 2010 e 2011 deixou muito a desejar em relação a de Fernando Alonso. Ele sabe perfeitamente disso e reconhece que teve problemas. E este é o passo o mais importante para sua recuperação. Ele demonstra saber que terá que trabalhar mais e principalmente de maneira diferente para obter outro resultado. Ele mesmo declarou ontem que considera a primeira parte da temporada mais importante que a segunda. E Felipe está certo, ainda mais na Ferrari, que é uma equipe que prioriza totalmente o piloto que está com mais chances de título na segunda metade do ano, às vezes até antes disso. Durante as temporadas de 2006, 2007, 2008 e parte de 2009 até seu acidente na Hungria, Felipe provou que pode ser muito rápido e consistente. Ele não “desaprendeu” e nem está velho para a F1.

2. A equipe o adora. Eu nunca vi a Ferrari manter um piloto por 3 anos com resultados abaixo do esperado pela própria equipe. Por mais que em 2008 tudo tenha dado errado na última corrida no Brasil – quando Felipe foi campeão por 15 segundos – a Ferrari parece saber que ela teve grande parte da culpa na perda daquele campeonato. Hoje em Madonna di Campiglio, lugar onde a Ferrari faz seu tradicional evento Wrooom todos os anos, Pietro Ferrari, o filho do homem, disse que a “Ferrari talvez deva algo a Massa”. Certeza absoluta que ele se referiu ao ano de 2008 e talvez até ao GP da Alemanha em 2010, quando fazia 1 ano que Felipe tinha voltado de seu acidente e a Ferrari o mandou entregar a vitória a Fernando Alonso. E se a Ferrari acha que deve algo a ele, certamente vai fazer o possível para ajudá-lo agora em 2012.

3. Hirohide Hamashima. Todo mundo sabe – até porque o próprio Felipe e a Ferrari já disseram – que o brasileiro, assim como outros pilotos de ponta, notadamente Webber e Schumacher, tem grande dificuldade em andar rápido sem o devido aquecimento dos pneus, principalmente os dianteiros. Mesmo Fernando Alonso, que aparentemente lida bem com isso, também reclamou bastante deste problema durante 2011, culpando-o por algumas péssimas colocações em determinadas pistas. Pois bem, a Ferrari, além de desenhar um carro novo pensando na resolução do problema, também contratou Hirohide Hamashima, ex-diretor de desenvolvimento de pneus da Bridgestone, para liderar seu departamento que cuida da interação entre o carro e os pneus. A principal tarefa de Hamashima será fazer com que o novo carro trabalhe em perfeita sintonia com os pneus.

4. Acidente na Hungria. Se por acaso ficou alguma sequela do acidente de Felipe na Hungria em 2009, mesmo que imperceptível, quando começar a temporada deste ano em março serão 2 anos e meio de recuperação. Eu sofri um acidente parecido com o de Felipe quando tinha 16 anos com um resultado pior, afinal acabei ficando quase cego do olho direito. Na verdade eu fiquei cego daquele olho por alguns meses. Depois me recuperei e meu olho voltou a ter cerca de 20 a 30% de visão. Eu tive alguns problemas com noção de profundidade durante um tempo, mas depois o olho bom compensou isso completamente. Felipe não teve problemas deste nível, portanto se existia alguma sequela daquele acidente, imagino que já tenha dado tempo mais que suficiente para ele estar 100% bem.

Adauto Silva

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