Qual a hierarquia da F1 para 2016 após os testes de pré-temporada?

sábado, 5 de março de 2016 às 22:00
Ferrari e Mercedes

Ferrari e Mercedes

Os tempos dos testes de pré-temporada na Fórmula 1 são notoriamente enganosos, e a conclusão a respeito das atividades realizadas em Barcelona é de que a Mercedes deliberadamente evitou fazer tempos mais rápidos, tanto que nunca utilizou os pneus supermacios e ultramacios.

Enquanto isso, a Ferrari fez as duas voltas mais rápidas, com Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel. Ambas as equipes correram com os compostos médios e macios, e mesmo com desconhecimento sobre cargas de combustível e acertos, é interessante fazer uma comparação.

O melhor tempo da Mercedes com pneus macios foi 1min23s022 com Nico Rosberg. Lewis Hamilton, curiosamente, não conseguiu ficar a meio segundo do seu companheiro de equipe com a mesma borracha – embora fosse tão rápido quanto com os médios.

Mas é de ainda maior interesse a volta de Raikkonen na mesma quinta-feira, também com pneus macios, de 1min23s009, mais rápido do que a Mercedes e do que a outra Ferrari de Vettel. O que aponta para duas coisas: primeiro, Raikkonen pode ter se adaptado melhor ao sistema de suspensão push-rod do modelo SF16-H; segundo, Ferrari e Mercedes podem estar muito perto, de fato.

O mistério permanece no fato da Mercedes ter focado na resistência ao invés da velocidade. Para a Ferrari, cuja fraqueza de 2015 estava na classificação, o oposto é verdade. A Mercedes foi significativamente mais rápida com os compostos médios: as voltas de Rosberg e de Hamilton em 1min24s126 e 1min24s133 foram meio segundo mais rápidas do que as da Ferrari: Vettel fez 1min24s611 e Raikkonen 1min24s770.

Mas a Scuderia ficou animada com o seu desempenho em Barcelona. Conceitualmente, o SF16-H é radical, mesmo revolucionário, uma evolução sobre o ano passado. Mesmo ainda em sua curva de desenvolvimento, parece pronto para uma luta na frente.

Depois de estar longe da frente nos seis dias iniciais de testes de pré-temporada, a Williams de repente emergiu na quinta-feira quando Felipe Massa fez uma volta de 1min23s193 com pneus macios – a apenas um décimo de segundo de Ferrari e Mercedes.

Talvez seja um “brilhareco”, mas em geral a Williams pareceu estar em torno de meio segundo atrás dos ponteiros – conseguiu apenas 1min24s989 com pneus médios, e a volta de Massa com pneus macios foi melhor do que a de Valtteri Bottas com supermacios. Uma luta muito próxima com a Force India para ser “a melhor do resto” parece mais provável: menos de um décimo separou as duas equipes com os compostos supermacios e ultramacios.

Toro Rosso STR11

Toro Rosso STR11

A alegação de Christian Horner de que só o fato da Toro Rosso ter trocado as unidades de potência da Renault pelas antigas da Ferrari renderia oito décimos de segundo por volta não se confirmou em Barcelona.

Mas a possibilidade da equipe satélite bater a matriz Red Bull é real – especialmente no início da temporada, quando a Red Bull ainda estará esperando mais atualizações para os seus motores Renault/Tag Heuer.

Depois, a falta de atualizações para a especificação 2015 dos motores Ferrari poderá começar a ser sentida na Toro Rosso. Mas o modelo STR11 parece uma beleza – e rápido: Carlos Sainz fez 1min23s134 no último dia, apenas quatro décimos mais lento do que a Ferrari.

McLaren

McLaren

Finalmente, a McLaren tem uma base sólida sobre a qual construir. O MP4-31 correu de forma confiável em Barcelona, ​​completando mais voltas no segundo teste do que a equipe conseguiu na totalidade dos testes de inverno pré-2015. Mas e o ritmo?

A volta de Jenson Button com pneus ultramacios em 1min24s714 e a de Fernando Alonso com macios em 1min24s735 foram mais rápidas do que qualquer coisa que a Renault produziu. Mas a McLaren ainda está a dois segundos de Mercedes e Ferrari.

No último e sinuoso setor da pista de Barcelona, o MP4-31 foi rão rápido quanto o W07 da Mercedes. Nas retas, no entanto, o novo motor Honda parece ter pouca potência. Alonso estava 20 km/h abaixo dos carros com motores Mercedes, mesmo com pneus macios. A parceira da Honda atingiu o meio do grid, mas nada além disso.

Haas

Haas

Depois de impressionar no primeiro teste, a recém-chegada Haas teve mais dificuldades na segunda semana. Após uma falha no turbo ter feito a equipe perder um dia inteiro, Romain Grosjean teve problemas nos freios na quinta-feira. Mesmo com o apoio da Ferrari, tais problemas eram inevitáveis. Mas eles vão chegar a Melbourne com pouco tempo de pista e perigando fechar o grid.

Se a tabela de tempos servir de guia, as equipes de baixo estão bem perto. A melhor volta de Grosjean em 1min25s255 o teria colocado apenas um décimo ou dois à frente da Manor: Pascal Wehrlein chegou a andar com pneus ultramacios, cravando 1min24s913.

Temores de que a Sauber poderia estar no fundo do poço ao final de 2016 foram amenizados após o lançamento do novo carro, na segunda semana. Felipe Nasr estabeleceu 1min24s760 no penúltimo dia durante uma simulação de classificação. Mas, com pouco mais desenvolvimento esperado a curto prazo para o C35, a Sauber estará na mira da Haas quando a temporada começar.

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