Prost detona “falta de respeito” da Alpine

terça-feira, 18 de janeiro de 2022 às 9:26

Alain Prost

Alain Prost explicou sua saída da Alpine, cuja notícia vazou na segunda-feira, criticando o CEO Laurent Rossi e a “falta de respeito” demonstrada.

Depois da divulgação de que Prost deixaria seu cargo de diretor não executivo, o tetracampeão mundial expressou nas redes sociais sua decepção com o vazamento antes do anúncio planejado.

Agora, em uma entrevista ao jornal francês L’Equipe, Prost explicou como sua posição dentro da estrutura da Alpine mudou após a chegada de Rossi em 2021.

Ele disse ter recebido de Luca de Meo, chefe do Grupo Renault, uma oferta para se tornar presidente da operação de Fórmula 1 da Alpine no final de 2020, com Marcin Budkowski assumindo o comando da equipe e Cyril Abiteboul gerenciando a marca.

Entretanto, com Rossi sendo nomeado como CEO alguns meses mais tarde, Prost continuou como consultor, e o francês argumentou que os “antigos” na equipe foram gradualmente colocados de lado ao longo de 2021.

“Eu aceito mudanças porque você não precisa fazer as coisas da mesma maneira o tempo todo na F1. É possível fazer diferente, e foi o que nós fizemos no ano passado”, explicou Prost.

“Mas ficou complicado demais para mim. Eu não estava mais envolvido nas decisões e mesmo assim tive de continuar dando a palavra oficial. Mesmo sendo membro do Conselho de Diretores, eu só ficava sabendo de certas decisões no último minuto”.

“É uma questão de respeito. Os relacionamentos se tornaram cada vez mais complicados. Eu senti que havia bastante inveja”.

Prost então enfatizou: “Laurent quer ficar sozinho, não ser influenciado por ninguém. De fato, ele próprio me disse que não precisava mais de um consultor. Ele ainda me ofereceu um contrato em Abu Dhabi, que eu recusei”.

“Laurent quer ser o centro das atenções. O que me interessa é o desafio de fazer parte de uma equipe e estar envolvido em certas decisões. Eu fiquei voluntariamente nos bastidores e tive muita influência discreta, apesar de ter discordado de certas coisas, o que guardei para mim”.

A saída de Prost ocorre após a recente confirmação de que Budkowski deixou sua função de diretor executivo, e apesar de compreender que mudanças às vezes são necessárias, ele não quer que o trabalho dos últimos anos seja esquecido.

“Ninguém é indispensável, e claro que eu não sou mais do que os outros”, continuou Prost. “Porém, nós não devemos esquecer que tudo sendo feito hoje e para 2022 foi lançado dois ou três anos atrás”.

“O gerenciamento de hoje, você sabe tão bem quanto eu, será julgado apenas daqui a uma ou duas temporadas, não antes. A Alpine sem dúvida foi a primeira a se concentrar nas mudanças de regulamento”.

“A equipe começará novamente com caras novas. Por que não? Eu gosto de Otmar (Szafnauer), se ele vier. Mas nós não devemos esquecer todo o trabalho feito pelo pessoal em Viry (fábrica de motores) ou Enstone (sede da equipe), que está se esforçando ao máximo neste projeto”.

“Eu não tenho nada contra mudanças, mas o que não aprecio é o relacionamento e a falta de respeito com as pessoas. Eu gosto do aspecto humano”.

LS - www.autoracing.com.br

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