Porsche 911: 40 anos de um mito 08/07/03)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010 às 20:11

Lançado em 1963, o Porsche mais conhecido transformou-se em referência de carro esporte e é fabricado até hoje.

O fenômeno Porsche 911 está completando 40 anos de existência. Apresentado no Salão do Automóvel de Frankfurt em 1963, o modelo tornou-se o maior sucesso da marca de Stuttgart. Criado seguindo os conhecimentos técnicos mais avançados da Porsche, ele transformou-se em referência mundial de carro esportivo e mantém essa condição até hoje. Suas linhas atuais são basicamente as mesmas do primeiro 911, um caso único em automóveis esportivos de sua categoria.

O Porsche 911 foi concebido para substituir outro modelo bem-sucedido: o 356, lançado em 1947. Em sua primeira versão, o 911 tinha motor de 6 cilindros boxer, refrigerado a ar, com 2,0 litros. Desenvolvia 130 cv a 6.100 rpm. Além das linhas mais modernas, o 911 tinha interior mais espaçoso que o 356.

Alguns detalhes mostravam a herança das pistas. A chave de ignição, por exemplo, foi colocada à esquerda do volante. Isso porque na 24 Horas de Le Mans a largada era dada com os pilotos correndo até o carro, sentando-se e dando a partida. Com a chave à esquerda, o piloto ficava com a mão direita livre para engatar a primeira marcha e partir. A chave à esquerda tornou-se uma marca registrada dos Porsche e permanece nessa posição até hoje.

Nesses 40 anos, o Porsche 911 teve sua carroceria modernizada, mas sempre mantendo as linhas básicas do automóvel apresentado em 1963. E essa é uma das características mais atraentes deste modelo: manter um estilo muito próprio durante 40 anos, mas sendo atualizado tecnologicamente e recebendo motores cada vez mais potentes.

O estilo do Porsche 911 é um dos mais imitados do planeta. Detalhes diversos externos (polainas retráteis, espelhos retrovisores, conjunto ótico) e interno (volante, teclas, painel) serviram nesses 40 anos como inspiração para fabricantes de acessórios e até mesmo para outros fabricantes. A versão Targa, lançada em 1965, criou um neologismo: a palavra “targa” passou a designar qualquer carro que tenha teto central conversível ou removível.

Por ser muito resistente e confiável, o motor boxer refrigerado a ar do primeiro 911 permitiu uma variedade de adaptações: turbo, intercooler, carburações das mais variadas e, depois, injeção mecânica e eletrônica. Hoje, os 911 têm motores de 3,6 litros com no mínimo 320 cv. Em 1997, último ano de fabricação dos 911 com motor refrigerado a ar, as versões aspiradas mais potentes chegavam a 295 cv e as turbo, 450 cv. Hoje, a versão GT2, a mais potente da linha 911, tem motor turbo de 3,6 litros que desenvolve 462 cv de potência.

Boa parte da mística do Porsche 911 foi conquistada nas corridas. Praticamente desde o seu surgimento, o modelo teve uma carreira vitoriosa em competições de todos os tipos: longas, curtas, em terra e asfalto. Entre as conquistas mais importantes, estão as obtidas no Rally de Monte Carlo (nos anos de 1968, 1969, 1970 e 1978), 24 Horas de Daytona (várias vitórias na classificação geral, sendo a primeira em 1973 e a mais recente em 2003), Rally Paris-Dakar (1984 e 1986, esta última com um modelo derivado, o 959) e 24 Horas de Le Mans (em 1979 com a versão 935; um 911 Turbo construído especialmente para competições e em 1998 com o 911 GT1). Para os motoristas comuns

Desde 1993, a Porsche promove o campeonato Porsche Supercup, cujas corridas acontecem como preliminar dos GPs de Fórmula 1 disputados na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, o Porsche 911 venceu várias competições importantes, como a Mil Milhas Brasileiras (em 1994, 1995, 1996, 2001, 2002 e 2003) e os 500 Km de Interlagos (em 1997 e 2002).

Este modelo imortal parece ter uma história sem fim. Em 2003, foram apresentadas duas novidades: o 911 GT3 com motor mais potente (381 cv), já disponível para o público, e a versão conversível do 911 Carrera 4S, que começará a ser vendida na Europa em outubro e chegará ao Brasil até o final do ano.

A Porsche no Brasil

Alguns Porsche começaram a ser importados para o Brasil ainda na década de 1950, por iniciativa de particulares. Em 1968 a marca passou a ter representação oficial no País, por intermédio da Dacon.

Os primeiros modelos importados oficialmente foram os 912E, na verdade um 911 equipado com motor de 1,6 litros (o motor do 911 tinha 2,0 litros). O 912 era o Porsche mais barato: custava na Alemanha o equivalente a US$ 4.000 (valores da época). Porém, a legislação brasileira determinava que só poderiam ser importados veículos com valor máximo de US$ 3.500. Para contornar o problema, a Porsche eliminou alguns equipamentos e criou uma versão mais simples, específica para o mercado brasileiro, denominada 912E (de “exportação”). Com isso, a fábrica conseguiu baixar o preço até atingir o valor máximo determinado pelo governo brasileiro. Os carros da marca só deixaram de entrar no Brasil durante o período entre 1976 e 1990, em que as importações de veículos estiveram proibidas.

Em 1997, a Stuttgart Sportcar, concessionária Porsche desde 1994, passou a representar oficialmente a marca no Brasil. Começou então uma fase de expansão, coincidindo com o lançamento de novos modelos e versões. Atualmente, a Stuttgart Sportcar está ampliando suas instalações com a abertura de uma nova concessionária com oficina integrada na avenida marginal do rio Pinheiros, em São Paulo. A empresa importa para o Brasil todos os modelos da linha Porsche (911, Boxster e Cayenne, em suas várias versões).

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