Porque a UP Honda tem vantagem no Brasil e principalmente no México

segunda-feira, 1 de novembro de 2021 às 17:16

Autódromo Hermanos Rodriguez

O GP do México teoricamente deve ser uma boa oportunidade não apenas para Max Verstappen abrir mais diferença para Lewis Hamilton, como para a equipe Red Bull se aproximar mais da Mercedes no campeonato de construtores, devido à possibilidade de a Mercedes ter mais problemas de motor neste circuito do que em qualquer outra pista.

Mas por que isso acontece?

Verstappen venceu o GP do México em 2017 e 2018 com motores Renault – que eram muito menos potentes que o da Mercedes – na traseira do Red Bull. Enquanto isso, a Mercedes sempre lutou mais na Áustria, em São Paulo e principalmente na Cidade do México, em parte devido à filosofia de design de sua UP. Mas por que isso?

O Autódromo Hermanos Rodriguez fica localizado a 2.240 metros acima do nível do mar, tornando o ar mais rarefeito do que em qualquer outro circuito. Menos oxigênio no ar significa menos poder de combustão dentro do motor de combustão interna.

Estima-se que a cada 100 metros acima do nível do mar exista uma queda de aproximadamente 1% na potência. No caso do circuito da Cidade do México, portanto, estima-se que haja uma perda de potência de 22%. Isso em motores aspirados naturalmente.

No entanto, isso pode ser compensado pelo turbo, que pode girar mais rápido devido ao mesmo ar rarefeito e ainda enviar ar igualmente rico em oxigênio para o motor de combustão interna.

É aí que entra a desvantagem da Mercedes, porque quanto maior o turbo, mais calor ele gera. A Mercedes tem um turbo relativamente grande em comparação com a concorrência e, portanto, gera mais calor. Isso por si só não seria problemático, não fosse pelo ar.

O ar rarefeito também significa que o efeito de resfriamento do ar é consideravelmente menor, de modo que o risco de superaquecimento do turbo da Mercedes está sempre à espreita. E, no momento em que o turbo fica muito quente, ele não funciona mais de maneira ideal, resultando em perda de potência.

Turbo da Honda

Além disso, a Honda deu um grande passo em frente com seu novo turbo compressor deste ano. Esta ‘nova arma’ foi desenvolvida por engenheiros da Honda no departamento de motores a jato.

A Honda fabrica jatos (o HondaJet) que são produzidos na sede da Honda Aircraft Company, em Greensboro, Carolina do Norte, e a aeronave é comercializada na América do Norte, América do Sul e Europa. Ela também fabrica as turbinas em parceria com a GE e a Turbofan GE Honda HF120 é uma das turbinas mais potentes e econômicas do mercado.

Trata-se de uma turbina menor que a da Mercedes que resfria melhor, entra antes e gira mais não somente do que a da Mercedes, mas também do que a da Renault e da Ferrari. Isso também melhora a eficiência do MGU-H da UP Honda, uma vez que a potência extraída dele vem justamente do eixo de rotação que fica entre a turbina e o compressor.

A Mercedes pode ter uma tarefa difícil pela frente, embora eles digam que não esperam problemas adicionais de confiabilidade devido às condições únicas no México. Também há esperança no fato de a Mercedes poder usar sua nova suspensão de dois estágios de maneira mais eficaz na pista do México do que pôde em Austin, já que no Hermanos Rodriguez há muito menos curvas de alta do que no Circuito das Américas nos EUA.

AS - www.autoracing.com.br

Tags
, , , ,

ATENÇÃO: Comentários com textos ininteligíveis ou que faltem com respeito ao usuário não serão aprovados pelo moderador.