Políticos começam a questionar a F1 em Sochi

sábado, 2 de agosto de 2014 às 18:27
Bernie Ecclestone com Vladimir Putin

Bernie Ecclestone com Vladimir Putin

Por: Corredor X

Se as engrenagens da política movem-se lentamente, dessa vez os políticos da União Europeia estão um pouco menos morosos.

Em 2012, os pesos pesados políticos foram alertados tarde demais sobre a iminente corrida de F1 no Bahrain, que aconteceria no contexto de agitação civil e brutal opressão do governo local.

No entanto, desde o acidente do voo MH-17, a dor e a angústia dos parentes dos mortos é mostrada diariamente nos noticiários de todo o mundo.

Faltam agora 10 semanas para o circo da F1 se apresentar para a plateia de Sochi e os políticos estão agitados.

O vice-premier britânico, Nick Clegg, expressou sua opinião pessoal de que Putin ama a auto publicidade, e que o seu projeto pessoal de levar a F1 para a Rússia deve ser abortado.

“Temos que tomar sanções mais duras, mas também temos de deixar bem claro que ele não pode esperar obter os privilégios de estar no topo da tabela dos assuntos do mundo, se ele não está preparado para jogar dentro das regras básicas que movem o mundo.”

O ministro das relações exteriores, Douglas Alexander, disse que a FIFA deveria estar fazendo planos de contingência para tirar a Copa do Mundo 2018 da Rússia, e que o Partido Trabalhista deveria se colocar formalmente contra o GP de F1 em Sochi.

Fontes informam que pelo menos duas figuras bem conhecidas dentro do esporte estão planejando ‘minar’ o GP em Sochi. O assunto tem sido objeto de discussão pelos funcionários das equipes. A mais emotiva das tragédias humanas parece estar tomando conta das conversas.

O ex-ministro e deputado conservador britânico David Davies, diz que ‘tempos excepcionais exigem medidas excepcionais’. “Embora eu não seja particularmente a favor de cancelar eventos esportivos por várias razões, aqui você teve o assassinato de 298 cidadãos. Isto é praticamente um ato de guerra e, portanto, eu acho que a Formula 1 deveria refletir sobre isso.”

Ecclestone, amigo pessoal e convidado de Vladimir Putin na Cerimônia de Abertura das Olimpíadas de Inverno em Sochi, está inflexível em relação à realização da corrida. Os cínicos podem sugerir isso poderia ter algo a ver com os US$ 200 milhões, mais o que a Rússia planeja pagar a Ecclestone e à F1 para um contrato de 5 anos.

“Eu não vejo nenhum problema em ir. Não estamos envolvidos na política. Temos um contrato com eles. Vamos respeitá-lo 100% assim como Putin, tenho certeza. Ele tem sido muito prestativo.”

Este trombetear constante de ‘contratos são contratos’ é hipócrita, porque todos os contratos dos GPs contém cláusulas de “força maior”, que desobriga a F1 de fazer uma corrida sem isso ser considerado como uma violação do contrato.

Resta ver se os políticos franceses conseguirão fazer pressão suficiente sobre a FIA, que é baseada Paris e governa o automobilismo mundial, para cancelar a corrida.

Atualmente, Jean Todt e a FIA estão adotando sua postura habitual, o que é a de ficar em silêncio se não houver consenso de todas as outras partes envolvidas.

AS - www.autoracing.com.br

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