Pirelli pode limitar stints no GP do Catar por segurança

GP do Catar

A Pirelli estuda implementar limites de distância por stint no Grande Prêmio do Catar. O objetivo é evitar falhas graves nos pneus durante a etapa em Lusail, considerada uma das mais exigentes do calendário da Fórmula 1.

Condições extremas em Lusail

As preocupações da fabricante italiana surgem por causa da combinação única de fatores que tornam o circuito especialmente severo com os compostos.

De fato, as zebras agressivas, o asfalto abrasivo e as curvas longas e rápidas formam um cenário que pressiona o pneu além de seus limites naturais.

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Além disso, o circuito exige altas cargas laterais por longos períodos, o que gera um estresse constante nas paredes dos pneus.

Segundo Mario Isola, diretor de automobilismo da Pirelli, o risco aumenta conforme o desgaste se agrava.

“Se a banda de rodagem fica muito fina, o pneu perde proteção”, explicou Isola à Auto Motor und Sport. “Então, basta uma pequena pedra ou lasca para rasgar a borracha”.

Lições de 2023 e ajustes insuficientes

Em 2023, essa vulnerabilidade ficou clara. Após detectar padrões alarmantes de desgaste durante os treinos, a Pirelli impôs um limite de 18 voltas por jogo de pneus. Como resultado, todas as equipes foram obrigadas a adotar uma estratégia de três paradas.

Ainda que o circuito tenha recebido modificações nas zebras depois das queixas das equipes, os problemas persistiram. Isso ocorreu porque o ambiente desértico e as temperaturas elevadas continuaram a castigar os compostos.

Consequentemente, o asfalto áspero e as curvas de alta velocidade seguiram desgastando a banda de rodagem em ritmo acelerado. Além disso, a sequência de retas longas e zonas de frenagem intensa cria ciclos térmicos que comprometem a estrutura interna dos pneus.

Impacto direto nas estratégias

Dessa forma, caso a Pirelli adote novamente um limite máximo de voltas, os pilotos precisarão fazer pelo menos duas paradas nas 57 voltas do GP. Isso obrigará as equipes a repensarem completamente suas estratégias de corrida, priorizando a gestão de pneus desde a largada.

Além do mais, uma limitação desse tipo pode equilibrar o grid, já que os pilotos terão menos liberdade para alongar os stints. Assim, a corrida tende a se decidir na precisão das execuções e na eficiência das paradas.

No fim das contas, o traçado de Lusail continua sendo um dos maiores desafios técnicos da temporada, em que a resistência dos pneus e a estratégia certa podem definir não apenas o vencedor, mas também o rumo do campeonato.