Pirelli F1 – GP dos Estados Unidos: Um rodeio texano com um salto nos compostos

sexta-feira, 17 de outubro de 2025 às 14:30

Chegou novamente a hora de hastear as estrelas e listras, enquanto a Fórmula 1 ruma para Austin, no Texas, neste fim de semana. Para o evento no Circuito das Américas, presente no calendário desde 2012, as equipes terão à disposição uma combinação de compostos que traz um passo extra entre o Duro e o par Médio–Macio. Será um experimento interessante para verificar se isso pode proporcionar uma maior variedade de estratégias em uma das pistas mais completas do calendário.  

Os compostos  

O GP dos Estados Unidos será a segunda corrida da temporada em que a Pirelli leva três compostos não consecutivos, a última vez foi em Spa-Francorchamps, e os pneus disponíveis serão novamente o C1 como Duro, o C3 como Médio e o C4 como Macio. Na Bélgica, o mau tempo impediu que se descobrisse como essa escolha poderia ter influenciado as estratégias, portanto o evento em COTA pode representar o primeiro teste real dessa combinação, que traz um composto Duro mais rígido do que o utilizado no ano passado na pista americana, enquanto o Médio e o Macio permanecem os mesmos.  

A diferença de performance aumentada entre o composto mais duro e o intermediário deve, teoricamente, gerar dois cenários. Se os pilotos optarem pelo C1, o mais lento, mas também o mais consistente dos três, poderão realizar uma corrida de uma parada, combinando-o com o C3. Por outro lado, utilizar o C3 junto com o C4, que apresenta melhor resistência à degradação, proporcionaria voltas mais rápidas, mas quase certamente exigiria duas paradas.  

Outra semelhança com a etapa belga é que Austin também adota o formato Sprint, o que significa que as equipes terão apenas uma hora de treinos livres para testar as diversas opções em simulações curtas e longas — um fator que pode aumentar ainda mais a incerteza sobre o desenrolar do fim de semana.  

Em 2024  

Quinze pilotos largaram no GP dos Estados Unidos do ano passado com o pneu Médio, incluindo o trio que subiu ao pódio, enquanto os outros cinco optaram pelo Duro C2. O pneu Macio praticamente não foi uma opção no domingo de corrida — apenas Esteban Ocon, da Alpine, o utilizou na última volta para conquistar um ponto extra em sua disputa com a Williams, ao registrar a volta mais rápida.  

A estratégia mais popular foi a de uma parada, com apenas alguns pilotos planejando duas paradas, além de Albon, que precisou entrar nos boxes após apenas três voltas. Embora o pneu Médio tenha mostrado desgaste considerável na corrida Sprint, na prova principal os pilotos conseguiram alongar o stint com uma boa gestão, auxiliados por um período de Safety Car, mesmo com o peso adicional dos tanques cheios. O menor nível de granulação em relação ao dia anterior também contribuiu para que a estratégia de uma parada fosse mais eficaz.   

A pista  

O GP no Circuito das Américas é disputado ao longo de 56 voltas, em sentido anti-horário. O traçado, com 5,513 quilômetros de extensão e 20 curvas, incorpora trechos inspirados em circuitos lendários da Fórmula 1, com curvas que remetem à sequência Maggots-Becketts de Silverstone, a Suzuka, Hockenheim e até o famoso traçado de Istambul Park. Um dos elementos mais marcantes é a variação de altitude de 41 metros, especialmente perceptível na íngreme subida logo após a linha de largada. A variedade de curvas exige um acerto versátil, capaz de oferecer boa velocidade final, mas também estabilidade nas seções mais técnicas.  

A carga sobre os pneus é bem equilibrada entre os eixos dianteiro e traseiro, mas as forças laterais são maiores que as longitudinais devido às curvas de alta velocidade e às mudanças rápidas de direção. O desgaste dos pneus é normalmente de natureza térmica e também é influenciado pela temperatura ambiente, que ainda pode ser bastante elevada no Texas em outubro. No ano passado, durante a corrida, os termômetros ultrapassaram os 30°C, e o cenário para o próximo fim de semana deve ser semelhante. O traçado foi parcialmente recapeado no ano passado, tornando-se mais liso e menos acidentado do que no passado.  

Palavra-chave: evolução da pista  

Durante o fim de semana do GP de Austin no ano passado, a evolução da pista desempenhou um papel importante. Esse fenômeno se refere ao aumento progressivo do nível de aderência oferecido pelo asfalto à medida que os carros completam mais voltas — não apenas dentro de cada sessão, mas também ao longo de todo o fim de semana. Isso acontece por causa da borracha deixada pelos pneus na superfície, o que torna o circuito mais rápido e leva a uma redução constante nos tempos de volta. A evolução da pista também afeta o comportamento dos pneus, que passam a escorregar menos e se degradar com menor intensidade. Esse foi um dos motivos pelos quais, no ano passado, em COTA, os pilotos conseguiram estender seus stints com o composto Médio além do que os dados da corrida Sprint sugeriam, completando o GP de domingo com apenas uma parada nos boxes.  

Área de Estatísticas  

O GP dos Estados Unidos é a segunda etapa do calendário disputada em solo americano, após Miami, com Las Vegas ainda por vir. Ao longo dos anos, o evento que leva esse nome já passou por seis circuitos diferentes: desde a corrida inaugural em Sebring (1959) até a 45ª edição realizada em Austin. No entanto, COTA (Circuito das Américas), com 12 edições, não é o circuito que mais recebeu o GP dos EUA, esse recorde pertence a Watkins Glen (Nova York), que sediou 20 provas entre 1961 e 1980. O Indianapolis Motor Speedway recebeu oito corridas entre 2000 e 2007, enquanto Detroit sediou quatro edições (1985–1988) e Phoenix, três (1989–1991). Já Sebring (1959), Riverside (1960) e Dallas (1984) tiveram apenas uma edição cada. 

Lewis Hamilton detém o recorde de vitórias no país, com seis no total, cinco em Austin e uma em Indianápolis, apenas uma a menos que Michael Schumacher, vencedor de cinco vezes em Indianápolis. Os dois estão empatados em poles position, com quatro cada. Hamilton também conquistou dois de seus títulos mundiais no Texas: o terceiro em 2015 e o sexto em 2019. Entre as equipes, a Ferrari é a mais vitoriosa nos Estados Unidos, com 11 triunfos: duas vitórias em Watkins Glen, cinco em Indianápolis e quatro em Austin. 

EB - www.autoracing.com.br

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