Pilotos da F1 “livres para criticar” o Catar

Abdulrahman Al Mannai e Stefano Domenicali

Os pilotos da Fórmula 1 poderão “se expressar livremente” quando chegarem ao Catar no próximo mês.

Com alguns incluindo Lewis Hamilton e Sebastian Vettel falando tão abertamente sobre questões políticas e sociais contemporâneas, havia temores de que críticas aos abusos de direitos humanos no Catar não fossem toleradas.

Entretanto, o presidente da federação de esportes a motor do Catar insiste que os pilotos “poderão se expressar livremente em suas plataformas”.

Substituindo o GP da Austrália neste ano, o Catar também assinou um contrato de longa duração, assim como sua controversa vizinha Arábia Saudita.

Abdulrahman Al Mannai, presidente da federação de esportes a motor do Catar e também um conhecido profissional da energia, esclareceu a postura do país quanto à liberdade de expressão: “Nós não temos problema com isso no Catar. Eles (pilotos) são livres para dizer o que quiserem”.

Houve pesadas críticas internacionais ao Catar recentemente pelo modo como os trabalhadores em grandes projetos de construção ligados ao esporte são tratados. Supostamente, muitos deles inclusive morreram no emprego.

“O Catar está aberto a críticas”, insiste Al Mannai. “Nos últimos anos, o Catar vem se esforçando para melhorar a situação de seus trabalhadores. Nós conseguimos um progresso considerável, mas é claro que o sistema ainda não é perfeito”.

Porém, ele espera que nada disso afete a corrida de F1.

“É claro que nós esperamos casa cheia. Desde que anunciamos a F1, e demanda explodiu”. revelou ele.

Enquanto isso, Al Mannai confirmou que os pilotos não poderão estourar o champanhe no pódio após o evento de 21 de novembro.

“Nós temos nossos valores e nossa cultura, e respeitamos a cultura dos outros. Não usaremos champanhe ou álcool durante a cerimônia do pódio, mas haverá uma alternativa”.

Segundo ele, apenas pequenas “mudanças cosméticas” no circuito são necessárias para acomodar a F1 em Losail.