Pilotos aceleram no registro de marcas próprias, mas Bortoleto ainda não entrou na corrida
sábado, 8 de novembro de 2025 às 16:10Com o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 movimentando São Paulo neste fim de semana, uma outra disputa ocorre fora das pistas: a dos direitos de marca. Os principais pilotos da categoria mais popular do automobilismo mundial entenderam que, além da performance, a gestão do nome e da imagem é parte essencial do jogo.
De acordo com levantamento da Avance Propriedade Intelectual, a maioria dos pilotos de Fórmula 1 possui registros ativos de suas marcas em diferentes países. Lewis Hamilton, por exemplo, conta com nove registros — oito deles ainda válidos — feitos por meio da empresa que administra seus direitos, a 44IP Limited. Entre eles estão o próprio nome “Lewis Hamilton” e o número “44”, que o acompanha desde os tempos de kart.
Outros nomes como Fernando Alonso, Max Verstappen, Nelson Piquet e Ayrton Senna também têm seus nomes e símbolos protegidos. O legado de Senna, em particular, segue gerando negócios décadas após sua carreira nas pistas: sua família administra atualmente 48 registros ativos por meio da L&V Licensing Ltda., responsável por licenciar produtos e empreendimentos, como o recente projeto imobiliário “Senna Tower”, em Balneário Camboriú. “Cada piloto de F1, além de atleta, é também uma marca. Por ser um esporte de alta performance, o nome do piloto passa a carregar valores como superação, precisão, coragem e excelência. É natural que esses atributos sejam explorados de forma estratégica no mercado”, explica Leonardo Almeida, sócio da Avance Propriedade Intelectual.
Mas nessa corrida empresarial, o brasileiro Gabriel Bortoleto da equipe Sauber, estreante do ano na Fórmula 1, ainda não deu a largada. Em consulta ao sistema do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), não há registros de marca relacionados ao nome do piloto.
“Ao não registrar sua marca, o atleta deixa de proteger um dos principais ativos da carreira: o próprio nome. Isso significa abrir mão de oportunidades de licenciamento, controle de imagem e parcerias exclusivas. Em um esporte global como a Fórmula 1, o registro é o primeiro passo para transformar reconhecimento em valor comercial”, destaca Almeida.
A consolidação da marca pessoal de um piloto não se limita a contratos publicitários — ela envolve uma estratégia completa de gestão de propriedade intelectual. Na Fórmula 1, onde cada detalhe conta, garantir o domínio sobre o próprio nome pode ser tão decisivo quanto uma boa largada.
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