Os Touros tem a expertise necessária para gerenciar a UP Honda?

Davide Valsecchi e Federica Masolin – Sky Italia

Depois de vários problemas aparentemente na UP ou relacionados a ela em todos os carros da Red Bull e da AlphaTauri nas três primeiras corridas do ano, a pergunta mais ouvida no paddock da F1 é se os Touros tem a expertise necessária para gerenciar a UP Honda.

O especialista da Sky Italia, Davide Valsecchi, foi um dos questionou isso após a saída da Honda.

A Red Bull e a Honda fizerem sua parceria em 2018, com a montadora japonesa equipando sua equipe júnior Toro Rosso naquela temporada.

Aquele ano foi suficiente para convencer a Red Bull a estender esse acordo para também para sua equipe principal a partir de 2019, uma parceria que ajudou a garantir o campeonato de pilotos de 2021 de Max Verstappen.

Antes que o sucesso do título fosse garantido, a saída da Honda da Fórmula 1 no final da temporada de 2021 havia sido confirmada há muito tempo.

No entanto, não foi o fim completo dos laços entre os dois, pois a Honda construiu um motor para 2022 para a Red Bull e o forneceu à equipe, que agora tem sua própria divisão de UPs chamada Red Bull Powertrains.

No entanto, não foi um início de temporada confiável, com Verstappen sofrendo dois abandonos muito caros nos três primeiros GPs de 2022.

Abandonando quando estava em P2 nos GPs do Bahrain e da Austrália, foram 36 pontos perdidos, deixando Verstappen em P6 na tabela do campeonato.

Sergio Perez também foi forçado a abandonar perto do final da abertura da temporada no Bahrain, enquanto na equipe irmã AlphaTauri, Pierre Gasly e Yuki Tsunoda também encontraram sérios problemas.

Então, a pergunta que não quer calar é: a fase de transição com a Honda deixou a Red Bull sem o conhecimento necessário para gerenciar essa UP?

“Lutamos para entender os detalhes da UP da Red Bull e seus problemas porque eles nunca são claros ao divulgá-los”, disse Valsecchi na Sky Italia.

“Eles já substituíram muitas peças de motor na AlphaTauri, bem como em Perez no Bahrain e em Verstappen na Austrália e no Bahrain.”

“Do lado de fora, você pode ver que eles estão tendo muitos problemas. A despedida da Honda foi um peso enorme. A transição traz algumas dificuldades, talvez a Red Bull não tenha o conhecimento. A equipe pode não estar muito coesa. Muitos problemas.”

No GP da Arábia Saudita, Verstappen não teve problemas e venceu, ultrapassando Charles Leclerc, da Ferrari, nos momentos finais para levar a bandeira quadriculada por meio segundo.

Mas Leclerc foi claramente o melhor do grid na Austrália, conquistando a pole, a volta mais rápida e uma vitória fácil 20 segundos à frente do P2 Perez.

“A diferença entre Ferrari e Red Bull na corrida foi maior do que vimos na sexta-feira”, disse Valsecchi.

“A Mercedes também estava mais próxima da Red Bull do que a Red Bull estava da Ferrari. Isso foi uma surpresa.”

Além de um pequeno erro depois de uma relargada do safety-car, Leclerc nunca chegou perto de ser desafiado por sua vitória em Albert Park.

Então, se Verstappen quiser continuar na luta pelo título, garantir que ele terminasse em P2 em uma corrida como essa era importante. Ele mesmo disse após a corrida que a Red Bull não pode esperar o título se esses problemas de confiabilidade continuarem acontecendo.

Valsecchi descreveu o GP da Austrália de 2022 como o melhor fim de semana de corrida na carreira de Leclerc, usando a reação de Verstappen para confirmar isso.

“Este é o melhor fim de semana de sua carreira”, disse Valsecchi sobre Leclerc.

“Porque quando na sexta você tenta a simulação de corrida e parece que você está no mesmo nível dos outros, e no domingo você os destrói, provando que na sexta você estava apenas brincando com eles, isso dá uma enorme demonstração de força aos rivais. Portanto, é claramente o melhor fim de semana de sua carreira.”

“As declarações de Verstappen confirmam isso. Ele disse ‘se meu carro me deixar na mão assim, enquanto estou contra Leclerc, que neste momento é uma ira de Deus, não posso mais fazer nada'”.