Os 50 anos de Suzuka

domingo, 11 de março de 2012 às 16:23
Pitlane de Suzuka
Pitlane de Suzuka – comemoração dos 50 anos

Em 1962 a Honda inaugurou na provinciana cidade de Suzuka, ao lado de uma de suas fábricas, uma pista particular, que buscava servir de palco para a montadora testar os carros e protótipos que desenvolvia. Logo, a pista começou a chamar a atenção dos automobilistas japoneses. Com um traçado desafiador e, extremamente veloz para a potência dos carros de turismo da época, o traçado se tornou em pouco tempo o principal do país.

A pista de Suzuka entrou definitivamente para a história do automobilismo mundial no ano de 1987, quando após duas tentativas fracassadas na pista de Fuji, o Japão finalmente teria um palco à altura para a realização de seu GP. E que corrida inaugural foi aquela. A dupla da Williams, que utilizava motores Honda, Nelson Piquet e Nigel Mansell travava uma guerra interna. O embate terminou nos treinos com uma pancada do inglês, que buscava descobrir os limites da pista japonesa, o que de fato ele conseguiu. Nelson Piquet era coroado com o tricampeonato e se tornava o novo rei da Fórmula 1. Na prova Berger venceu, dando esperanças para os tifosis na busca do título do ano seguinte, que acabou com completo domínio da McLaren Honda.

Foi na pista japonesa que vimos o título do Senna em 1988, a dura derrota em 1989 e o bi em 1990.  Neste mesmo ano vimos o “renascimento” do Piquet, trazendo na cola o amigo Moreno na Benetton, além do pódio de um piloto da casa, com a terceira colocação de Aguri Suzuki. Em 1991 mais uma festa do Brasil, mais um título do Senna, o terceiro e último. Ainda vimos o Becão vencer ali em 1993, ocasião em que ostentou uma pequena bandeira do Japão na lateral do capacete, agradecendo ao apoio que sempre recebeu dos nipônicos.

Lotus 1988 e Williams 1987Lotus 1988 e Williams 1987

A pista de Suzuka era até então palco certo de vitórias brasileiras. Até a última vitória do Ayrton, apenas em 1989 e 1992 o resultado da corrida não foi positivo ao Brasil. Depois desta fase de ouro, tivemos apenas uma vitória isolada de Barrichello na prova de 2003, assegurando desta forma, independente do resultado de Michael Schumacher, o titulo para o alemão.

No aniversário de 50 anos da pista, que está sendo comemorado neste mês, com diversos eventos, o público ganhou um belo presente no sábado, 03 de março. Carros e pilotos que fizeram a história da pista e da Fórmula 1 andaram no traçado, em apresentações que duraram pouco mais de quatro voltas, mas que encantaram aos nostálgicos fãs.

Takuma Sato pilotou a McLaren MP4/5 de 1989, outro piloto nipônico, Satoru Nakajima, o velho samurai, andou com a Lotus 100T de 1988. Jean Alesi retornou ao traçado pilotando a Lotus 101T, que foi do mesmo Nakajima no ano de 1989. Com a Wiliams FW 11B, o veterano piloto japonês Kazuyoshi Hoshino, uma espécie de Ingo Hoffman local, hoje dono de equipe na Super GT japonesa, fez o traçado correto sem encher os pneus, como fez o Mansell em 1987. Aguri Suzuki andou com sua Larrousse de 1990, a mesma que o levou ao pódio na prova vencida por Piquet. Uma Minardi de 1992 e a Ferrari de 2003 completaram a festa.

Lotus 1989 e McLaren 1989Lotus 1989 e McLaren 1989

O público pode entrar na pista momentos antes dos monopostos andarem. Os carros ficaram parados no grid e as pessoas envolta, ordeiramente, cada um chegava, batia sua foto e saia para curtir alguma outra atração. A emoção de estar ali foi enorme, ver de perto os boxes, andar na pista de tanta história e conquistas, principalmente para o Brasil, foi um privilégio.

O evento ainda contou com provas da Fórmula Japão, uma espécie de GP2 japonesa, demonstrações de carros de turismo, protótipos, motovelocidade, drift e diversas atrações fora da pista.

Parabéns Suzuka, e que mais 50 anos de história estejam em seu caminho. Se possível, recheados de conquistas para o Brasil.

Daniel Gimenesde Suzuka

AS – www.autoracing.com.br

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